Usinas reduzem dívidas com alta nos preços do açúcar
As usinas de açúcar brasileiras disseram que estão agora buscando aproveitar uma elevação dos preços domésticos para reduzir dívidas
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2015 às 17h57.
São Paulo/Londres - As usinas de açúcar brasileiras, que têm enfrentado dificuldades financeiras por anos devido aos baixos preços do açúcar causados por um excesso de produção global, disseram que estão agora buscando aproveitar uma elevação dos preços domésticos para reduzir dívidas.
O mercado doméstico de açúcar está com menor oferta no Brasil após chuvas reduzirem o conteúdo de açúcar na cana, enquanto o mercado global caminha para um déficit após anos de excesso de produção, levando os preços mundiais dos contratos futuros do açúcar bruto para perto de máximas de 10 meses. Muitas usinas no Brasil, o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, fecharam após anos de preços baixos.
Na semana passada, a produtora brasileira de açúcar e etanol Tonon Bioenergia, que opera três usinas, entrou com pedido de recuperação judicial. O açúcar branco de baixa qualidade, chamado açúcar cristal, foi negociado no mercado doméstico brasileiro a 80,19 reais por saca (50 kg) na sexta-feira, o maior preço desde janeiro de 2012, de acordo com um relatório de mercado divulgado pela Cepea/Esalq nesta segunda-feira.
"Não temos nenhum investimento em expansão. Todos os recursos estão sendo dirigidos para plantio, tratos e manutenção (da safra)", disse Paulo Prignolato, diretor financeiro da Biosev, segunda maior processadora de cana do mundo.
"Estamos focando na gestão da divida", disse. A visão é semelhante na processadora Cosan. "Não prevemos uma reação do setor de etanol e açúcar do Brasil em termos de aumento de capacidade devido à situação geral de endividamento do setor", disse o presidente executivo da empresa, Marcos Lutz, sobre a recuperação do mercado doméstico.
O presidente do Conselho da Cosan, Rubens Ometto, disse que a retomada dos investimentos será analisada "caso a caso" entre as empresas. "Acredito que a maioria vai trabalhar para pagar as dívidas que vieram carregando por algum tempo".
As usinas estão intensificando a produção do etanol, mais rentável, em vez do açúcar, abrindo caminho para uma oferta mais reduzida de ambos produtos-- etanol e açúcar-- no período de entressafra que vai de dezembro/janeiro até abril.
Levando em consideração a chuva das recentes semanas, o Rabobank cortou sua estimativa para produção no Centro-Sul do Brasil em 2015/16 para 30,7 milhões de toneladas, com conteúdo de açúcar de 131,8 kg por tonelada, ante estimativas anteriores feitas em setembro de 31,5 milhões de toneladas e 134 kg por tonelada.
A Green Pool também reduziu a estimativa de açúcar na cana para o Centro-Sul do Brasil.
"Nós achamos agora que não será possível alcançar 132 kg/tonelada e ajustamos para baixo, em 131,7 kg/tonelada", disse a consultoria australiana em seu último relatório semanal. "Altos níveis de dívidas em dólar estão prejudicando muitas usinas (brasileiras), apesar dos inacreditavelmente fortes retornos do açúcar em real/tonelada e de retornos muito bons para o etanol."
São Paulo/Londres - As usinas de açúcar brasileiras, que têm enfrentado dificuldades financeiras por anos devido aos baixos preços do açúcar causados por um excesso de produção global, disseram que estão agora buscando aproveitar uma elevação dos preços domésticos para reduzir dívidas.
O mercado doméstico de açúcar está com menor oferta no Brasil após chuvas reduzirem o conteúdo de açúcar na cana, enquanto o mercado global caminha para um déficit após anos de excesso de produção, levando os preços mundiais dos contratos futuros do açúcar bruto para perto de máximas de 10 meses. Muitas usinas no Brasil, o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, fecharam após anos de preços baixos.
Na semana passada, a produtora brasileira de açúcar e etanol Tonon Bioenergia, que opera três usinas, entrou com pedido de recuperação judicial. O açúcar branco de baixa qualidade, chamado açúcar cristal, foi negociado no mercado doméstico brasileiro a 80,19 reais por saca (50 kg) na sexta-feira, o maior preço desde janeiro de 2012, de acordo com um relatório de mercado divulgado pela Cepea/Esalq nesta segunda-feira.
"Não temos nenhum investimento em expansão. Todos os recursos estão sendo dirigidos para plantio, tratos e manutenção (da safra)", disse Paulo Prignolato, diretor financeiro da Biosev, segunda maior processadora de cana do mundo.
"Estamos focando na gestão da divida", disse. A visão é semelhante na processadora Cosan. "Não prevemos uma reação do setor de etanol e açúcar do Brasil em termos de aumento de capacidade devido à situação geral de endividamento do setor", disse o presidente executivo da empresa, Marcos Lutz, sobre a recuperação do mercado doméstico.
O presidente do Conselho da Cosan, Rubens Ometto, disse que a retomada dos investimentos será analisada "caso a caso" entre as empresas. "Acredito que a maioria vai trabalhar para pagar as dívidas que vieram carregando por algum tempo".
As usinas estão intensificando a produção do etanol, mais rentável, em vez do açúcar, abrindo caminho para uma oferta mais reduzida de ambos produtos-- etanol e açúcar-- no período de entressafra que vai de dezembro/janeiro até abril.
Levando em consideração a chuva das recentes semanas, o Rabobank cortou sua estimativa para produção no Centro-Sul do Brasil em 2015/16 para 30,7 milhões de toneladas, com conteúdo de açúcar de 131,8 kg por tonelada, ante estimativas anteriores feitas em setembro de 31,5 milhões de toneladas e 134 kg por tonelada.
A Green Pool também reduziu a estimativa de açúcar na cana para o Centro-Sul do Brasil.
"Nós achamos agora que não será possível alcançar 132 kg/tonelada e ajustamos para baixo, em 131,7 kg/tonelada", disse a consultoria australiana em seu último relatório semanal. "Altos níveis de dívidas em dólar estão prejudicando muitas usinas (brasileiras), apesar dos inacreditavelmente fortes retornos do açúcar em real/tonelada e de retornos muito bons para o etanol."