Trump relata "enormes progressos" na negociação comercial com a China
Trump tinha informado antes que "todo mundo está trabalhando duro" para concluir o acordo antes da data-limite de 1 de março
AFP
Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 06h54.
O presidente americano, Donald Trump , disse nesta quinta-feira (31) que alcançaram "enormes progressos" nas negociações comerciais com a China e celebrou a recepção da "magnífica carta" enviada por seu homólogo chinês, Xi Jinping.
"Alcançamos enormes progressos", disse Trump, embora tenha indicado que ainda não foi agendada uma reunião com seu homólogo chinês, após alertar nesta manhã que não será selado um acordo final sem uma reunião entre ambos.
Na carta, lida por sua delegação no Salão Oval da Casa Branca, Xi disse que as relações estão em uma etapa "crucial".
A agência de notícias oficial da China, Xinhua, também afirmou nesta quinta-feira que negociadores americanos e chineses fizeram "progressos importantes".
Os dois lados mantiveram discussões "francas, específicas e frutíferas", disse a agência, citando uma declaração da delegação chinesa.
Trump tinha informado antes que "todo mundo está trabalhando duro" para concluir o acordo antes da data-limite de 1 de março. Caso contrário, os Estados Unidos vão impor tarifas de entre 10% e 25% sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses.
Na reunião com a delegação chinesa, Trump informou que não tinha se falado de "estender a data-limite" e disse a seus negociadores que viajaram à China no começo de fevereiro.
Trump recebeu no Salão Oval o vice-primeiro-ministro Liu He, que comanda a delegação chinesa.
Liu afirmou que a China não deseja um aumento das tarifas alfandegárias no momento em que sua economia desacelera e indicou que todos as disputas comerciais estão na mesa de negociações.
Segundo a agência de notícias oficial chinesa, a China concordou em aumentar as importações de bens dos EUA e impulsionar a cooperação na proteção da propriedade intelectual durante as negociações comerciais em Washington.
Os dois lados "deram grande importância às questões de proteção à propriedade intelectual e transferência de tecnologia e concordaram em aprofundar a cooperação", disse a Xinhua.
A China também concordou em aumentar as importações de "produtos agrícolas dos Estados Unidos, produtos energéticos, produtos manufaturados industriais e produtos de serviços" durante as negociações de quarta e quinta-feira, disse o relatório.
O chefe negociador chinês é um influente assessor econômico do presidente Xi Jinping e diplomado da prestigiada universidade americana de Harvard, e já liderou a delegação chinesa no ano passado em uma negociação na qual Pequim se mostrou inflexível.
O negociador-chefe americano, Robert Lighthizer, relativizou as expectativas e disse que, embora tenha havido muitos progressos, "ainda resta muito trabalho".
"É impossível que eu prognostique que haverá sucesso (...), mas pode acontecer", afirmou Lighthizer.