Theresa May pede em Davos mais ações a favor do livre-comércio
Chefe do governo britânico sustentou que a OMC deve realizar reformas para "manter o ritmo do desenvolvimento da economia global"
EFE
Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 13h00.
Davos, Suíça - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May , exigiu nesta quinta-feira no Fórum Econômico Mundial que a comunidade internacional impulsione novas medidas para favorecer o livre-comércio e o intercâmbio de serviços entre países.
"Francamente, muito frequentemente nossa retórica a favor do livre-comércio aqui em Davos não corresponde com nossas ações", afirmou a primeira-ministra, que ressaltou que o Reino Unido continuará sendo um "defensor global" das transações sem barreiras quando deixar a União Europeia (UE).
A chefe do governo britânico sustentou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) deve realizar reformas para "manter o ritmo do desenvolvimento da economia global" e, em particular, favorecer os acordos internacionais sobre serviços.
May, que pretende reunir-se em Davos com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participa do Fórum Econômico em um momento em que o Reino Unido negocia com a UE sua futura relação com o bloco, que abandonará previsivelmente em março de 2019.
Londres espera assinar um amplo acordo de livre-comércio com os 27 sócios comunitários restantes que inclua um "passaporte" para que os bancos britânicos possam oferecer seus serviços financeiros no resto da União.
Ao abordar o futuro do seu país fora do bloco, a primeira-ministra enfatizou que um de seus principais objetivos será forjar novos acordos bilaterais "no mundo todo ", tanto em matéria de bens como de serviços.
Perante essa série de negociações que espera abordar nos próximos anos, May criticou que o Acordo para Comércio de Serviços (TiSA, em inglês), que é negociado por mais de 20 membros da OMC, continue "estagnado".
Em seu discurso, a primeira-ministra ressaltou ainda a importância do setor tecnológico e os avanços no campo da inteligência artificial para o futuro da economia britânica.
No entanto, advertiu que é necessário que as grandes companhias tecnológicas aumentem seus esforços para retirar da rede conteúdos "nocivos", como propaganda extremista e notícias falsas.