Temor com cenário político cresce e taxas futuras fecham em alta
A trajetória de alta foi definida no período da tarde, quando cresceram nas mesas de operação as especulações sobre o futuro do governo Temer
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de junho de 2017 às 18h59.
São Paulo - Os juros futuros fecharam a sessão regular desta sexta-feira, 2, em alta, refletindo o aumento da cautela com o cenário político na medida em que se aproxima o julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da chapa Dilma- Temer nas eleições em 2014, no dia 6.
Ao final da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (148.205 contratos) avançou de 9,385% para 9,405%. A taxa do DI janeiro de 2019 (221.070 contratos) encerrou em 9,55%, de 9,51% no ajuste anterior.
A taxa do DI janeiro de 2021 (184.645 contratos) fechou na máxima de 10,560%, de 10,47% no ajuste de ontem.
A trajetória de alta foi definida no período da tarde, quando cresceram nas mesas de operação as especulações sobre o futuro do governo Michel Temer em meio a rumores envolvendo possíveis novos acordos de delação premiada que estariam sendo negociados.
"O quadro é de cautela e mercado indefinido, até pelo volume hoje mais fraco", disse o economista da Guide Investimentos, Ignácio Crespo.
Os temores do mercado vêm de várias frentes. Além de não se saber como será o julgamento, o futuro do atual governo pode ainda estar em jogo ante uma eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer e também se o PSDB decidir deixar a base aliada, uma vez que estaria sendo pressionado por algumas alas do partido a fazer isso.
Há o temor ainda de um possível fechamento de acordo de delação premiada por parte do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorize a prisão preventiva de Rocha Loures, ex-assessor especial do presidente Michel Temer.
Pela manhã, o mercado estava mais calmo, com taxas em queda, devolvendo um pouco do que foi considerado "exagero" no avanço de ontem e após a divulgação do payroll mais fraco que o esperado.
A economia do país criou 138 mil vagas no mês de maio, enquanto os analistas esperavam a geração líquida de 184 mil postos.