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Temer não admite mexer na meta de déficit primário, dizem fontes

Para manter a meta, seria preferível até mesmo fazer novo aumento de impostos, como último recurso

Temer: a mudança na meta seria um tiro no pé porque levaria o governo a perder a confiança do mercado (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 25 de julho de 2017 às 17h26.

Brasília/São Paulo - Apesar da dificuldade do governo para fechar as contas, o presidente Michel Temer não admite a possibilidade de mexer na meta do déficit fiscal deste ano, disseram à Reuters fontes palacianas.

Para manter a meta, seria preferível até mesmo fazer novo aumento de impostos, como último recurso.

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Os rumores de que o governo poderia ceder e aumentar a meta do déficit deste ano, de 139 bilhões de reais, cresceram desde o final de semana com avaliações de que o novo contingenciamento, de 5,9 bilhões de reais, e o aumento das alíquotas do PIS/Cofins sobre combustíveis podem não ser suficientes para fechar as contas. Também tem havido pressão pelo Congresso para um afrouxamento da meta.

De acordo com uma alta fonte palaciana, no entanto, a chance disso acontecer é zero: "o presidente é totalmente contrário a essa ideia."

A análise é simples. A mudança na meta seria um tiro no pé porque levaria o governo a perder a confiança do mercado, que tem se mantido tranquilo e reagido bem aos sinais de austeridade do governo.

Dentro do Palácio do Planalto, parte dos assessores do governo era contrária até mesmo a que se aumentasse impostos, defendendo apenas contingenciamento maior.

No entanto, os sinais de paralisia pela falta de dinheiro em diversos setores da máquina pública convenceram os assessores de Temer de que o aumento era inevitável.

De acordo com uma das fontes, se nenhuma das receitas que o governo ainda espera obter resolver o problema, pode-se apelar para um novo aumento de impostos, como último recurso, mas não mexer na meta fiscal.

Uma fonte da equipe econômica também afirmou à Reuters que o Ministério da Fazenda é contra qualquer mudança da meta fiscal, com temores de que, um movimento neste sentido, poderia relembrar aos agentes econômicos a mesma postura da governo passado, da ex-presidente Dilma Rousseff.

"Não queremos sinal de pouco compromisso", afirmou a fonte, que pediu anonimato. "De nenhuma preocupação com o fiscal", acrescentou.

Alas dentro do governo, no entanto, defendem que a meta fiscal seja flexibilizada de olho no ganho político, em meio à luta do presidente para sobreviver no cargo após as delações de executivos do grupo J&F gerarem denúncia por crime de corrupção contra ele.

Na próxima semana, a Câmara dos Deputados deve decidir se as investigações contra Temer podem continuar ou não.

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