Exame Logo

Suu Kyi pede "ceticismo" diante das reformas em Mianmar

A líder da oposição birmanesa lembrou que é necessário promover uma reforma judicial para favorecer o desenvolvimento do país

A líder da oposição em Mianmar, Aung San Suu Kyi: "o otimismo é bom, mas deve ser um otimismo prudente" (Ye Aung Thu/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2012 às 13h52.

Bangcoc - A líder da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, pediu nesta sexta-feira à comunidade internacional, entusiasmada diante das reformas do novo regime, que tenha certo "ceticismo", lembrando que é necessário promover uma reforma judicial para favorecer o desenvolvimento do país.

"O otimismo é bom, mas deve ser um otimismo prudente. Fui testemunha do otimismo imprudente e peço um pouco de ceticismo", declarou diante de dezenas de empresários e dirigentes reunidos em Bangcoc para o Fórum Econômico Mundial do leste da Ásia.

Em março de 2011, a junta militar que governou Mianmar por anos se autodissolveu e transmitiu seus poderes a um governo civil de ex-militares que multiplicou as reformas. Isso propiciou, entre outras novidades, o retorno de Aung San Suu Kyi, de 66 anos, à vida política, ao conquistar um assento no Parlamento em abril depois de 22 anos em prisão domiciliar.

Washington suavizou algumas sanções e nomeou um embaixador no país, enquanto a União Europeia (UE) também suspendeu por um ano suas sanções contra Mianmar, mantendo apenas o embargo sobre armas.

Aung San Suu Kyi declarou em diversas ocasiões que não duvida da "sinceridade" do presidente Thein Sein, mas destaca que há outros atores imprevisíveis no país.

"Não paro de repetir que se deve lembrar do exército", insistiu.

A Nobel da Paz realiza na Tailândia sua primeira viagem ao exterior desde seu retorno a Mianmar, em 1988. Sua presença e seu discurso comovem e atraem os olhares de jornalistas e participantes do Fórum.


Entretanto, Aung San Suu Kyi diz que ainda há muito a ser feito, sobretudo para melhorar o Estado de Direito.

"Em Mianmar, já existem boas leis, mas não temos um sistema judicial limpo e independente", argumentou.

"Investidores em Mianmar, vocês estão avisados: mesmo a melhor lei sobre investimentos não servirá de nada se não houver um tribunal independente que a aplique de forma justa", acrescentou.

Além disso, a líder opositora pediu aos Estados Unidos e à China que não usem Mianmar, um país estratégico para ambos, como "um campo de batalha".

"Muita gente se pergunta sobre qual será a posição de Mianmar agora que começamos a caminhar até os Estados Unidos, e como isso afetará nossas relações com a China (...) Sempre me preocupo quando Mianmar é visto como um campo de batalha pelos Estados Unidos e pela China", declarou.

A China é o primeiro investidor estrangeiro em Mianmar, onde adquire principalmente petróleo e gás natural e desfruta de um mercado ideal para colocar seus produtos.

Pequim, por sua vez, usou durante anos seu poder como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU para evitar sanções internacionais à junta que estava no poder em Mianmar.

Suu Kyi, que fará uma viagem pela Europa em meados de junho, contou como estava surpresa, depois de tantos anos isolada em sua casa, com o atraso de seu país em relação a outros.

"Há 30 anos, ao aterrissar em Bangcoc, pensei que não era tão diferente de Yangun. Agora, a diferença é mais do que considerável", disse.

Veja também

Bangcoc - A líder da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, pediu nesta sexta-feira à comunidade internacional, entusiasmada diante das reformas do novo regime, que tenha certo "ceticismo", lembrando que é necessário promover uma reforma judicial para favorecer o desenvolvimento do país.

"O otimismo é bom, mas deve ser um otimismo prudente. Fui testemunha do otimismo imprudente e peço um pouco de ceticismo", declarou diante de dezenas de empresários e dirigentes reunidos em Bangcoc para o Fórum Econômico Mundial do leste da Ásia.

Em março de 2011, a junta militar que governou Mianmar por anos se autodissolveu e transmitiu seus poderes a um governo civil de ex-militares que multiplicou as reformas. Isso propiciou, entre outras novidades, o retorno de Aung San Suu Kyi, de 66 anos, à vida política, ao conquistar um assento no Parlamento em abril depois de 22 anos em prisão domiciliar.

Washington suavizou algumas sanções e nomeou um embaixador no país, enquanto a União Europeia (UE) também suspendeu por um ano suas sanções contra Mianmar, mantendo apenas o embargo sobre armas.

Aung San Suu Kyi declarou em diversas ocasiões que não duvida da "sinceridade" do presidente Thein Sein, mas destaca que há outros atores imprevisíveis no país.

"Não paro de repetir que se deve lembrar do exército", insistiu.

A Nobel da Paz realiza na Tailândia sua primeira viagem ao exterior desde seu retorno a Mianmar, em 1988. Sua presença e seu discurso comovem e atraem os olhares de jornalistas e participantes do Fórum.


Entretanto, Aung San Suu Kyi diz que ainda há muito a ser feito, sobretudo para melhorar o Estado de Direito.

"Em Mianmar, já existem boas leis, mas não temos um sistema judicial limpo e independente", argumentou.

"Investidores em Mianmar, vocês estão avisados: mesmo a melhor lei sobre investimentos não servirá de nada se não houver um tribunal independente que a aplique de forma justa", acrescentou.

Além disso, a líder opositora pediu aos Estados Unidos e à China que não usem Mianmar, um país estratégico para ambos, como "um campo de batalha".

"Muita gente se pergunta sobre qual será a posição de Mianmar agora que começamos a caminhar até os Estados Unidos, e como isso afetará nossas relações com a China (...) Sempre me preocupo quando Mianmar é visto como um campo de batalha pelos Estados Unidos e pela China", declarou.

A China é o primeiro investidor estrangeiro em Mianmar, onde adquire principalmente petróleo e gás natural e desfruta de um mercado ideal para colocar seus produtos.

Pequim, por sua vez, usou durante anos seu poder como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU para evitar sanções internacionais à junta que estava no poder em Mianmar.

Suu Kyi, que fará uma viagem pela Europa em meados de junho, contou como estava surpresa, depois de tantos anos isolada em sua casa, com o atraso de seu país em relação a outros.

"Há 30 anos, ao aterrissar em Bangcoc, pensei que não era tão diferente de Yangun. Agora, a diferença é mais do que considerável", disse.

Acompanhe tudo sobre:Oposição políticaPolíticareformas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame