Superdilma do combate à inflação aparece no Facebook oficial
Presidente aparece com capa de heroína para celebrar inflação média mais baixa do Plano Real, mas é difícil dizer que este é um dos triunfos do governo Dilma
João Pedro Caleiro
Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 11h33.
São Paulo - Dilma Rousseff apareceu na noite passada na sua página oficial de Facebook com os contornos de uma capa de super-heroína desenhados sobre sua figura durante a posse para o segundo mandato.
O motivo para a auto-celebração é o fato de que a inflação média do seu primeiro governo foi a menor desde o início do Plano Real.
"Mesmo com uma das maiores crises econômicas mundiais rolando, a presidenta Dilma e sua equipe econômica conseguem o mais importante para o povo: manter o emprego, a renda e ainda garantir a menor inflação média de um presidente em primeiro mandato desde o plano Real. Dilma teve 6,41%, pertinho de Lula com 6,65% e bem abaixo dos 7,39% de FHC", diz o post.
Um link aparece no final para uma análise do jornal O Estado de São Paulo que destaca o dado mas não compartilha de tanto otimismo.
Mesmo deixando de lado o debate sobre a profundidade da crise mundial ou o próprio processo histórico de controle da inflação no Brasil, é difícil dizer que este foi um triunfo do governo Dilma.
A inflação passou metade de 2014 com o acumulado em 12 meses acima de 6,5%, o teto da meta definida pelo governo. A ideia é que o sistema de bandas deixe espaço para choques externos, mas a inflação não fica perto do centro da meta desde 2009.
E isso apesar da desaceleração do crescimento , que teve no governo Dilma sua pior média desde o mandato de Fernando Collor.
A inflação média de 6,41% também só foi possível porque preços administrados como luz e gasolina ficaram contidos por muito tempo - se houvessem subido como previsto, ele seria bem mais alta. O represamento de preços se deu à custa de subsídios e gerou desequilíbrios e perdas para empresas como a Petrobras.
A nova equipe econômica sinaliza mudanças também nessa direção, com aumento de juros do Banco Central ao mesmo tempo em que o Ministério da Fazenda começa a promover um ajuste fiscal - ambos na mesma direção, ao contrário do que ocorreu frequentemente nos últimos anos.
Uma menor pressão sobre o consumo abre margem para que os preços administrados sejam reajustados, mas as duas forças se anulam e a inflação deve continuar perto do teto pelo menos em 2015, segundo as previsões do Boletim Focus.
São Paulo - Dilma Rousseff apareceu na noite passada na sua página oficial de Facebook com os contornos de uma capa de super-heroína desenhados sobre sua figura durante a posse para o segundo mandato.
O motivo para a auto-celebração é o fato de que a inflação média do seu primeiro governo foi a menor desde o início do Plano Real.
"Mesmo com uma das maiores crises econômicas mundiais rolando, a presidenta Dilma e sua equipe econômica conseguem o mais importante para o povo: manter o emprego, a renda e ainda garantir a menor inflação média de um presidente em primeiro mandato desde o plano Real. Dilma teve 6,41%, pertinho de Lula com 6,65% e bem abaixo dos 7,39% de FHC", diz o post.
Um link aparece no final para uma análise do jornal O Estado de São Paulo que destaca o dado mas não compartilha de tanto otimismo.
Mesmo deixando de lado o debate sobre a profundidade da crise mundial ou o próprio processo histórico de controle da inflação no Brasil, é difícil dizer que este foi um triunfo do governo Dilma.
A inflação passou metade de 2014 com o acumulado em 12 meses acima de 6,5%, o teto da meta definida pelo governo. A ideia é que o sistema de bandas deixe espaço para choques externos, mas a inflação não fica perto do centro da meta desde 2009.
E isso apesar da desaceleração do crescimento , que teve no governo Dilma sua pior média desde o mandato de Fernando Collor.
A inflação média de 6,41% também só foi possível porque preços administrados como luz e gasolina ficaram contidos por muito tempo - se houvessem subido como previsto, ele seria bem mais alta. O represamento de preços se deu à custa de subsídios e gerou desequilíbrios e perdas para empresas como a Petrobras.
A nova equipe econômica sinaliza mudanças também nessa direção, com aumento de juros do Banco Central ao mesmo tempo em que o Ministério da Fazenda começa a promover um ajuste fiscal - ambos na mesma direção, ao contrário do que ocorreu frequentemente nos últimos anos.
Uma menor pressão sobre o consumo abre margem para que os preços administrados sejam reajustados, mas as duas forças se anulam e a inflação deve continuar perto do teto pelo menos em 2015, segundo as previsões do Boletim Focus.