Economia

Superávit comercial de agosto pode estar contaminado, avalia BBV

O superávit da balança comercial do mês de agosto, 1,6 bilhão de dólares (5,8 bilhões de dólares de exportações e 4,2 bilhões de dólares em importações) é apontado como o maior desde junho de 1990. Para o BBV Banco, esse número confirma uma tendência de melhora da balança comercial, observada desde o final do ano […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h17.

O superávit da balança comercial do mês de agosto, 1,6 bilhão de dólares (5,8 bilhões de dólares de exportações e 4,2 bilhões de dólares em importações) é apontado como o maior desde junho de 1990. Para o BBV Banco, esse número confirma uma tendência de melhora da balança comercial, observada desde o final do ano passado.

O banco avalia também que o resultado do superávit de agosto "pode ainda estar contaminado", já que, na verdade, os dados apontaram para uma redução de 6,5% nas exportações e uma queda de 18,8% nas importações acumuladas no ano, "o que também sugere que boa parte do saldo comercial tem sido resultado de uma combinação de câmbio mais depreciado com substituição de importações e arrefecimento do nível de atividade doméstica, afetando as importações".

Para o banco, é "importante salientar que, se descontado o efeito da redução das vendas para a Argentina, cuja queda chega a 62% nos oito primeiros meses do ano, observamos uma redução muito pequena nas exportações brasileiras para o resto do mundo, de apenas 0,7%".

"Isso mostra que, num cenário com o comércio mundial enfraquecido, as exportações brasileiras têm sido pouco afetadas, muito provavelmente pelo ganho de competitividade conseguido com a depreciação do câmbio real (veja gráfico no link ao lado)", afirma o banco.

No mês passado as exportações de básicos e manufaturados com destaque para petróleo em bruto, minério de ferro, carnes suínas e de frango, farelo de soja e fumo em folhas no caso dos produtos básicos e combustíveis, suco de laranja, motores e automóveis no caso dos manufaturados. Do lado das importações, destaca-se o ainda reduzido nível de compras de matérias-primas e bens intermediários, que foram 16% inferiores ao mesmo mês do ano passado. "Essa continuada redução das importações de matérias primas nos parece incompatível com a pequena desaceleração observada na indústria doméstica (-0,1% de redução no primeiro semestre)", afirma o BBV.

Logo, deve estar ocorrendo uma combinação de um processo de substituição de importações, mas também um adiamento das compras em função da depreciação cambial e dos estoques da indústria, que estão em níveis considerados elevados para o período.

"Nossa estimativa para a balança comercial de 2002 é a de um superávit ao redor de 6,3 bilhões de dólares. Há chances de que o resultado seja superior a esse valor. Isso porque, nessa melhora recente da balança ainda não é possível avaliar separadamente aquilo que é decorrente dos efeitos da depreciação cambial, do fim da greve dos fiscais da receita, da desaceleração econômica e da substituição de importações."

O BBV comenta ainda os indicadores do SPC/Telecheque, os dados da Associação Comercial, o debate da Record e a nova pesquisa Vox Populi.

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