Suíça põe fim ao sigilo bancário no país após quase um século
País europeu repassou a autoridades fiscais dados de cerca de dois milhões de contas
EFE
Publicado em 5 de outubro de 2018 às 15h12.
Genebra - A Suíça transmitiu no final de setembro às autoridades fiscais de dezenas de países dados de cerca de dois milhões de contas nos bancos do país, encerrando quase um século de sigilo bancário.
O comunicado foi feito nesta sexta-feira, 5, à Administração Federal das Contribuições (AFC), que disse que não pode dar nenhuma informação sobre o volume do patrimônio financeiro dessas contas bancárias.
Os dados transmitidos são nome, endereço, país de residência e número de identificação, além de indicações sobre a instituição financeira que declara, o saldo da conta e as entradas de capitais.
Está previsto que este ano a Suíça troque informações bancárias com os países-membros da União Europeia (UE) e outros nove Estados e territórios: Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Guernsey, Jersey, Ilha de Man, Islândia, Japão e Noruega.
Além disso, a entidade especificou que a troca de dados com França e Austrália está atrasada, visto que estes dois países por enquanto não podem enviar seus dados por razões técnicas.
A troca vai acontecer a partir de agora a cada ano e espera-se que em 2019 a Suíça troque dados com 80 países.
O Fórum Mundial sobre a Transparência e a Troca de Informações com Fins Tributários da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que impulsionou o fim deste sigilo bancário, irá controlar o processo.
MUDANÇA HISTÓRICA
O setor financeiro suíço, um dos mais importantes e respeitados do mundo, tinha tido até agora o sigilo bancário como um dos pilares de sua atividade e também um de seus maiores atrativos, que durante décadas permitiu a investidores esconder grandes patrimônios do fisco.