Standard & Poor"s: a decisão fa agência de retirar o estado de "vigilância negativa" de Portugal faz com que seja menos provável que a agência volte a piorar sua qualificação (AFP/ Emmanuel Dunand)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2014 às 09h47.
Lisboa - A agência de classificação de risco Standard & Poor"s anunciou nesta sexta-feira que Portugal não se encontra mais com vigilância negativo, situação em que foi colocado em setembro de 2013, mas manteve a nota do país em "bônus lixo".
Em seu relatório divulgado hoje, a agência afirmou que apesar de registrar uma ligeira melhora em relação sua último análise, existem "riscos sociais e políticos" e "incertezas financeiras" sobre a saída de Portugal do programa de resgate estipulado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional, por isso a perspectiva continua sendo "negativa".
Na prática, a decisão de Standard & Poor"s de retirar o estado de "vigilância negativa" de Portugal faz com que seja menos provável que a agência volte a piorar sua qualificação, mantida em "BB", equivalente a um investimento especulativo.
Do lado positivo, os analistas da agência consideraram que o país cumprirá seus objetivos de déficit de 2013 (5,5% do PIB) e de 2014 (4% do PIB), metas negociadas com a troika (FMI, Banco Central Europeu e UE) em troca de ajuda financeira.
"Baseamos estas estimativas nos sinais de que a economia mostrou sintomas de estabilização desde meados do ano passado, após dez trimestres consecutivos de recessão. Uma alta das exportações mais forte do que o previsto e a esperada alta do consumo privado, junto a uma modesta queda do desemprego, deverão ajudar a Portugal a conseguir suas metas fiscais em 2014", afirmou a agência.
No entanto, a Standard & Poor"s alertou que o país vive atualmente "um período de incerteza fiscal" pois o Tribunal Constitucional deve analisar alguns dos ajustes previsto no orçamento para 2014 a pedido dos partidos da oposição lusa.
No relatório é lembrado que a justiça já anulou várias reformas consideradas fundamentais para o atual governo português. Segundo a agência, o país corre o risco de um "aumento das tensões políticas" devido às eleições legislativas de 2015.