Sol, areia e frituras? Miami seduz investidores chineses
A ausência de um bairro chinês em Miami pode acabar, já que os chineses se tornaram um dos segmentos de compradores estrangeiros de maior crescimento na cidade
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 20h07.
São Paulo/Miami - Miami tem uma Pequena Havana e um Pequeno Haiti, um bairro conhecido como Westonzuela (fusão entre as palavras “Weston” e “Venezuela”) e até mesmo suas próprias Ilhas Venezianas. Mas a cidade não tem um bairro chinês.
Shan-Jie Li quer fazer algo a respeito. O desenvolvedor da cidade de Linyi, no hibernal nordeste da China , visa transformar a área metropolitana mais populosa da Flórida, com suas praias limpas e seu clima tropical, em um destino para investidores imobiliários chineses.
“Nosso foco é trazer para Miami a nova onda de chineses ricos e instruídos”, disse Li em entrevista por telefone, através de um intérprete. “O ambiente em Miami oferece um estilo de vida muito adequado. Jogar golfe e ir à praia são grandes atrações”.
Em Miami, a recuperação da crise financeira foi impulsionada por sul-americanos que compraram rapidamente condomínios vazios, mas agora a cidade está olhando para Pequim a fim de sustentar o crescimento.
Os chineses se tornaram um dos segmentos de compradores estrangeiros de maior crescimento, segundo a Associação de Corretores de Imóveis de Miami, pois a desvalorização do peso argentino, do real brasileiro e do rublo russo desencorajou os investimentos oriundos desses países.
“Os valores dos imóveis têm aumentado, e as moedas passaram a avançar na direção contrária”, disse Daniel de la Vega, presidente da corretora de imóveis de luxo One Sotheby’s, em entrevista de Miami.
“Portanto, talvez os investidores sul-americanos não achem que a oportunidade aqui seja tão boa”.
Novos museus
Desde as profundezas da crise, quando as taxas de vacância no centro da cidade chegaram a 60 por cento, os guindastes voltaram a surgir no horizonte, e o valor das propriedades cresceu rapidamente. Um museu de arte moderna de US$ 131 milhões, financiado por Jorge Pérez, o bilionário dono da Related Group, foi aberto em 2013; um museu de ciências está sendo construído do lado, ao longo da orla da Baía Biscayne.
Compradores latino-americanos representaram 62 por cento das compras em Miami no ano passado, liderados por venezuelanos, argentinos, brasileiros e colombianos, segundo a associação de corretores de imóveis. Eles ajudaram a impulsionar a média de preços de casas para US$ 276.000 em dezembro, uma alta de 54 por cento frente a US$ 179.000 no final de 2011, segundo Zillow.com, um site de bens imóveis.
“Temos um número considerável de compradores chineses; não chega nem a 5 por cento do total, mas está crescendo”, disse Pérez.
Recentemente, depois que ele fez uma palestra para estudantes da Universidade de Miami, os pais chineses de um estudante investiram US$ 20 milhões na compra de imóveis, relembrou Pérez.
Céticos
Ainda há céticos.
Embora a mídia chinesa venha promovendo Miami como destino imobiliário – uma publicação disse que os investidores chineses estão “convergindo” para a cidade – as cifras da associação de corretores de imóveis mostram que eles ainda representam uma fração mínima das compras: 3 por cento.
A expansão na segunda maior economia do mundo é a mais lenta em 25 anos, em um momento em que o presidente Xi Jinping está empreendendo a maior campanha anticorrupção em décadas.
Não obstante, a população chinesa de Miami está se tornando uma massa crítica, diz Mikki Canton, advogada corporativa nascida em Cuba. Ela tem tanta certeza de que a cidade está pronta para ter seu próprio bairro chinês que registrou as marcas Chinatown Miami e El Barrio Chino de Miami.
Os americanos de ascendência asiática foram o grupo racial de maior crescimento na área metropolitana de Miami entre 2000 e 2010, com uma expansão de 47 por cento para 158.400 moradores – de um total de 5,6 milhões – segundo dados da Secretaria de Censo dos EUA analisados pela associação sem fins lucrativos Asian Americans Advancing Justice.
A população chinesa cresceu 32 por cento, para 35.700 pessoas, o segundo maior grupo étnico asiático depois dos indianos. O número de chineses nascidos no exterior aumentou 67 por cento entre 2006 e 2010.
“Sempre sonhei com ter um bairro chinês”, disse Canton. “Não somente para o turismo, mas um bairro chinês autêntico e orgânico”.
São Paulo/Miami - Miami tem uma Pequena Havana e um Pequeno Haiti, um bairro conhecido como Westonzuela (fusão entre as palavras “Weston” e “Venezuela”) e até mesmo suas próprias Ilhas Venezianas. Mas a cidade não tem um bairro chinês.
Shan-Jie Li quer fazer algo a respeito. O desenvolvedor da cidade de Linyi, no hibernal nordeste da China , visa transformar a área metropolitana mais populosa da Flórida, com suas praias limpas e seu clima tropical, em um destino para investidores imobiliários chineses.
“Nosso foco é trazer para Miami a nova onda de chineses ricos e instruídos”, disse Li em entrevista por telefone, através de um intérprete. “O ambiente em Miami oferece um estilo de vida muito adequado. Jogar golfe e ir à praia são grandes atrações”.
Em Miami, a recuperação da crise financeira foi impulsionada por sul-americanos que compraram rapidamente condomínios vazios, mas agora a cidade está olhando para Pequim a fim de sustentar o crescimento.
Os chineses se tornaram um dos segmentos de compradores estrangeiros de maior crescimento, segundo a Associação de Corretores de Imóveis de Miami, pois a desvalorização do peso argentino, do real brasileiro e do rublo russo desencorajou os investimentos oriundos desses países.
“Os valores dos imóveis têm aumentado, e as moedas passaram a avançar na direção contrária”, disse Daniel de la Vega, presidente da corretora de imóveis de luxo One Sotheby’s, em entrevista de Miami.
“Portanto, talvez os investidores sul-americanos não achem que a oportunidade aqui seja tão boa”.
Novos museus
Desde as profundezas da crise, quando as taxas de vacância no centro da cidade chegaram a 60 por cento, os guindastes voltaram a surgir no horizonte, e o valor das propriedades cresceu rapidamente. Um museu de arte moderna de US$ 131 milhões, financiado por Jorge Pérez, o bilionário dono da Related Group, foi aberto em 2013; um museu de ciências está sendo construído do lado, ao longo da orla da Baía Biscayne.
Compradores latino-americanos representaram 62 por cento das compras em Miami no ano passado, liderados por venezuelanos, argentinos, brasileiros e colombianos, segundo a associação de corretores de imóveis. Eles ajudaram a impulsionar a média de preços de casas para US$ 276.000 em dezembro, uma alta de 54 por cento frente a US$ 179.000 no final de 2011, segundo Zillow.com, um site de bens imóveis.
“Temos um número considerável de compradores chineses; não chega nem a 5 por cento do total, mas está crescendo”, disse Pérez.
Recentemente, depois que ele fez uma palestra para estudantes da Universidade de Miami, os pais chineses de um estudante investiram US$ 20 milhões na compra de imóveis, relembrou Pérez.
Céticos
Ainda há céticos.
Embora a mídia chinesa venha promovendo Miami como destino imobiliário – uma publicação disse que os investidores chineses estão “convergindo” para a cidade – as cifras da associação de corretores de imóveis mostram que eles ainda representam uma fração mínima das compras: 3 por cento.
A expansão na segunda maior economia do mundo é a mais lenta em 25 anos, em um momento em que o presidente Xi Jinping está empreendendo a maior campanha anticorrupção em décadas.
Não obstante, a população chinesa de Miami está se tornando uma massa crítica, diz Mikki Canton, advogada corporativa nascida em Cuba. Ela tem tanta certeza de que a cidade está pronta para ter seu próprio bairro chinês que registrou as marcas Chinatown Miami e El Barrio Chino de Miami.
Os americanos de ascendência asiática foram o grupo racial de maior crescimento na área metropolitana de Miami entre 2000 e 2010, com uma expansão de 47 por cento para 158.400 moradores – de um total de 5,6 milhões – segundo dados da Secretaria de Censo dos EUA analisados pela associação sem fins lucrativos Asian Americans Advancing Justice.
A população chinesa cresceu 32 por cento, para 35.700 pessoas, o segundo maior grupo étnico asiático depois dos indianos. O número de chineses nascidos no exterior aumentou 67 por cento entre 2006 e 2010.
“Sempre sonhei com ter um bairro chinês”, disse Canton. “Não somente para o turismo, mas um bairro chinês autêntico e orgânico”.