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Setor público tem déficit primário de R$ 2,3 bi em fevereiro

Resultado foi pior que o esperado por analistas cuja mediana apontava saldo positivo de 1,5 bilhão de reais

Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: o BC informou ainda que o déficit nominal ficou em 58,637 bilhões de reais no mês passado (Joedson Alves/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 11h55.

Brasília - O setor público brasileiro registrou déficit primário de 2,3 bilhões de reais no mês passado, puxado por um forte resultado negativo do governo central e registrando nos fluxos em 12 meses rombo fiscal recorde nas contas públicas, num cenário que torna mais difícil o cumprimento da meta de superávit do ano.

O resultado foi pior que o esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana apontava saldo positivo de 1,5 bilhão de reais.

Em 12 meses até fevereiro, o déficit primário ficou em 0,69 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), recorde para as contas públicas, conforme informações apresentadas nesta terça-feira pelo Banco Central .

"Ainda não há reflexo das medidas. É momento ainda de transição, em que se busca readequação de receitas e despesas", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, dizendo que os efeitos do ajuste fiscal serão observados mais à frente.

Estados e municípios no azul

O resultado primário negativo de fevereiro foi composto por déficits primários de 6,671 bilhões de reais do governo central (governo federal, Banco Central e Previdência Social) e de 828 milhões de reais de empresas estatais, não integralmente compensados pelo superávit primário de 5,2 bilhões de reais de Estados e municípios.

Em fevereiro houve elevado gasto com juros nominais de 56,337 bilhões de reais, concentrado na despesa de 27,292 bilhões de reais com as operações de swap cambial.

Com isso, e considerando o déficit primário no mês, o resultado nominal de fevereiro foi deficitário em 58,637 bilhões de reais. Nos fluxos em 12 meses, o déficit nominal ficou em 7,34 por cento do PIB, recorde histórico.

No mês passado, a dívida líquida total ficou em 36,3 por cento do PIB acima dos 36,1 por cento estimados em pesquisa da Reuters, mas abaixo dos 36,6 por cento de janeiro.

Já a dívida bruta atingiu 65,5 por cento do PIB ante 64,4 por cento do PIB em janeiro.

No acumulado do primeiro bimestre deste ano, a economia de gasto para o pagamento dos juros da dívida pública foi de 18,763 bilhões de reais ante 22,052 bilhões de reais em igual período do ano anterior.

A meta de superávit primário de 2015 é de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado, um alvo considerado ambicioso após o Brasil ter registrado déficit primário de 0,63 por cento do PIB no ano passado e em meio a forte efeito da economia fraca sobre a arrecadação federal.

Para atingir o alvo deste ano, o governo adotou um duro ajuste fiscal, que enfrenta resistências no Congresso, baseado em aumento de impostos, restrição de gastos, revisão de desonerações e redução de subsídios.

O passo seguinte será o anúncio do contingenciamento de despesas do Orçamento a ser feito nas próximas semanas.

Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reforçou a necessidade do ajuste fiscal e disse que o que está em jogo é a manutenção do grau de investimento do país.

*Atualizado às 11h55

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Brasília - O setor público brasileiro registrou déficit primário de 2,3 bilhões de reais no mês passado, puxado por um forte resultado negativo do governo central e registrando nos fluxos em 12 meses rombo fiscal recorde nas contas públicas, num cenário que torna mais difícil o cumprimento da meta de superávit do ano.

O resultado foi pior que o esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana apontava saldo positivo de 1,5 bilhão de reais.

Em 12 meses até fevereiro, o déficit primário ficou em 0,69 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), recorde para as contas públicas, conforme informações apresentadas nesta terça-feira pelo Banco Central .

"Ainda não há reflexo das medidas. É momento ainda de transição, em que se busca readequação de receitas e despesas", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, dizendo que os efeitos do ajuste fiscal serão observados mais à frente.

Estados e municípios no azul

O resultado primário negativo de fevereiro foi composto por déficits primários de 6,671 bilhões de reais do governo central (governo federal, Banco Central e Previdência Social) e de 828 milhões de reais de empresas estatais, não integralmente compensados pelo superávit primário de 5,2 bilhões de reais de Estados e municípios.

Em fevereiro houve elevado gasto com juros nominais de 56,337 bilhões de reais, concentrado na despesa de 27,292 bilhões de reais com as operações de swap cambial.

Com isso, e considerando o déficit primário no mês, o resultado nominal de fevereiro foi deficitário em 58,637 bilhões de reais. Nos fluxos em 12 meses, o déficit nominal ficou em 7,34 por cento do PIB, recorde histórico.

No mês passado, a dívida líquida total ficou em 36,3 por cento do PIB acima dos 36,1 por cento estimados em pesquisa da Reuters, mas abaixo dos 36,6 por cento de janeiro.

Já a dívida bruta atingiu 65,5 por cento do PIB ante 64,4 por cento do PIB em janeiro.

No acumulado do primeiro bimestre deste ano, a economia de gasto para o pagamento dos juros da dívida pública foi de 18,763 bilhões de reais ante 22,052 bilhões de reais em igual período do ano anterior.

A meta de superávit primário de 2015 é de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado, um alvo considerado ambicioso após o Brasil ter registrado déficit primário de 0,63 por cento do PIB no ano passado e em meio a forte efeito da economia fraca sobre a arrecadação federal.

Para atingir o alvo deste ano, o governo adotou um duro ajuste fiscal, que enfrenta resistências no Congresso, baseado em aumento de impostos, restrição de gastos, revisão de desonerações e redução de subsídios.

O passo seguinte será o anúncio do contingenciamento de despesas do Orçamento a ser feito nas próximas semanas.

Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reforçou a necessidade do ajuste fiscal e disse que o que está em jogo é a manutenção do grau de investimento do país.

*Atualizado às 11h55

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