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Servidores se reúnem com Barbosa para reivindicar reajuste

Em período de restrição orçamentária, os servidores públicos federais se reúnem com o ministro do Planejamento para reivindicar um reajuste linear de 27,3%

Nelson Barbosa: em 2014, o Tesouro teve que desembolsar R$ 240 bilhões para pagar salários, aposentadorias e pensões de pouco mais de 2 milhões de servidores (Valter Campanato/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2015 às 23h44.

Brasília - Em período de restrição orçamentária, os servidores públicos federais se reúnem com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa , para reivindicar um reajuste linear de 27,3%.

No ano passado, o Tesouro Nacional teve que desembolsar R$ 240 bilhões para pagar os salários, aposentadorias e pensões de pouco mais de 2 milhões de servidores ativos e inativos da União, segundo o Boletim Estatístico de Pessoal e Informações Organizacionais.

De acordo com Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condesef), o reajuste pedido foi calculado com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para o período de agosto de 2010 a julho de 2016, em torno de 44%.

Foram descontados os 15,8% que o governo concedeu em três parcelas (2013, 2014, 2015) e acrescentado um ganho real de 2%.

A inflação projetada para este ano está em 8%, segundo uma centena de analistas ouvidos pelo Banco Central.

Ele afirma que foi um erro o parcelamento do reajuste da última negociação porque no período a inflação deve ser maior do que o negociado entre os sindicatos e o governo. Por isso, agora, a categoria propõe que o reajuste seja dado de forma integral, o que parece impossível diante dos planos da equipe econômica de conter os gastos públicos para cumprir a meta de superávit primário - economia para o pagamento de juros da dívida pública - e recuperar a credibilidade dos investidores na economia brasileira.

O pleito dos servidores federais isolado representaria aumento nas despesas com o pagamento do funcionalismo superior ao que o governo tenta economizar durante todo esse ano de 2015: R$ 66,3 bilhões, ou 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

O aumento, no entanto, só deve ocorrer em 2016, uma vez que, em janeiro, os funcionários públicos tiveram aumento de 5%, decorrente da última negociação.

"É preciso começar a campanha desde já para não cometermos os mesmos erros da última negociação e não esperarmos até os 45 do segundo tempo para uma decisão", disse o diretor da Condesef, representante de mais de 1,5 milhão de servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário. O reajuste de 15,8% foi concedido em 2012 após uma forte greve geral.

Questionado se haveria espaço orçamentário para o governo ceder à proposta do funcionalismo, Silva afirmou que espera que o ministro cumpra a promessa de ter uma relação com a categoria diferente da antecessora, Miriam Belchior, que atualmente é presidente da Caixa Econômica Federal.

"O governo já dialogou com todo os setores da sociedade: empresários, sindicalistas de empresas privadas, agronegócio. Agora precisa abrir espaço para nossas reivindicações", afirmou.

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Brasília - Em período de restrição orçamentária, os servidores públicos federais se reúnem com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa , para reivindicar um reajuste linear de 27,3%.

No ano passado, o Tesouro Nacional teve que desembolsar R$ 240 bilhões para pagar os salários, aposentadorias e pensões de pouco mais de 2 milhões de servidores ativos e inativos da União, segundo o Boletim Estatístico de Pessoal e Informações Organizacionais.

De acordo com Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condesef), o reajuste pedido foi calculado com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para o período de agosto de 2010 a julho de 2016, em torno de 44%.

Foram descontados os 15,8% que o governo concedeu em três parcelas (2013, 2014, 2015) e acrescentado um ganho real de 2%.

A inflação projetada para este ano está em 8%, segundo uma centena de analistas ouvidos pelo Banco Central.

Ele afirma que foi um erro o parcelamento do reajuste da última negociação porque no período a inflação deve ser maior do que o negociado entre os sindicatos e o governo. Por isso, agora, a categoria propõe que o reajuste seja dado de forma integral, o que parece impossível diante dos planos da equipe econômica de conter os gastos públicos para cumprir a meta de superávit primário - economia para o pagamento de juros da dívida pública - e recuperar a credibilidade dos investidores na economia brasileira.

O pleito dos servidores federais isolado representaria aumento nas despesas com o pagamento do funcionalismo superior ao que o governo tenta economizar durante todo esse ano de 2015: R$ 66,3 bilhões, ou 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

O aumento, no entanto, só deve ocorrer em 2016, uma vez que, em janeiro, os funcionários públicos tiveram aumento de 5%, decorrente da última negociação.

"É preciso começar a campanha desde já para não cometermos os mesmos erros da última negociação e não esperarmos até os 45 do segundo tempo para uma decisão", disse o diretor da Condesef, representante de mais de 1,5 milhão de servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário. O reajuste de 15,8% foi concedido em 2012 após uma forte greve geral.

Questionado se haveria espaço orçamentário para o governo ceder à proposta do funcionalismo, Silva afirmou que espera que o ministro cumpra a promessa de ter uma relação com a categoria diferente da antecessora, Miriam Belchior, que atualmente é presidente da Caixa Econômica Federal.

"O governo já dialogou com todo os setores da sociedade: empresários, sindicalistas de empresas privadas, agronegócio. Agora precisa abrir espaço para nossas reivindicações", afirmou.

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