o que significa que provavelmente irão se comportar de acordo com as notícias políticas e econômicas de ontem.

Agitado pelo rebaixamento da nota da Moodys e pela divulgação da pesquisa eleitoral Ibope/CNI, o dólar comercial fechou em alta, a 2,77 reais, o risco-país foi acima de 1 500 pontos e a Bovespa registrou queda de 5%. O principal título da dívida brasileira negociado no exterior, o C-Bond, chegou a ser cotado a 61,25% de seu valor de face, em queda de 3,15%. É o menor valor desde que o Equador declarou moratória, em agosto de 1999, e afetou a percepção de risco sobre todos os mercados emergentes.

O Banco Central e a maioria dos analistas econômicos afirmam que o tumulto não passa de especulação, já que não existe nenhum fundamento econômico que justifique o nervosismo. Até o Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou, durante a semana, que a economia brasileira está sólida.

"O mercado age de acordo com fatos políticos", afirma um analista de São Paulo, mencionando o resultado de ontem da pesquisa Ibope/CNI. "Boa parte do mercado esperava que José Serra subisse nas pesquisas e revertesse o quadro de liderança do PT no final de junho", diz ele. "Essa expectativa não está se confirmando. Daí o nervosismo".

A pesquisa Ibope/CNI mostrou estabilidade na posição dos candidatos: Lula permanece em primeiro lugar, com 38% (contra 39% do último levantamento, no início de junho) e José Serra com os mesmos 19%.