Senadores discutem se mudanças de Tasso fariam reforma voltar à Câmara
Dependendo do que for entendido nesta quarta, supressões no texto da reforma da Previdência podem migrar para PEC paralela
Victor Sena
Publicado em 11 de setembro de 2019 às 10h23.
Última atualização em 11 de setembro de 2019 às 11h38.
Brasília — O relatório de Tasso Jereissati (PSDB-CE) para a reforma da Previdência (PEC 6/2019), que sugeriu a retirada de alguns pontos da proposta enviada pela Câmara dos Deputados por meio de emendas supressivas, está sendo questionado porque faria mudanças de mérito e deveria ser reavaliado pelos deputados.
O assunto, segundo Tasso, será discutido nesta quarta-feira (11) e, a depender da conclusão, as supressões poderão ser enviadas para a chamada PEC paralela (PEC 133/2019), para evitar atrasos na tramitação da reforma.
"A conclusão a que está se chegando aqui é que pode ficar no texto porque é emenda de redação, mas evidentemente precisa haver uma confirmação. Nós vamos falar com a senadora Simone [Tebet] para arredondar, mas a primeira opinião daqui, da Mesa do Senado é que estão corretas como emenda de redação", afirmou Tasso, em entrevista na noite de terça-feira (10), depois de reunião com o presidente do Senado , Davi Alcolumbre.
Até então, o entendimento de especialistas em processo legislativo é que a simples supressão de dispositivos de propostas que vieram da Câmara era considerada emenda de redação, o que não obrigaria o retorno para avaliação da Casa iniciadora, ou seja, não seria necessária nova análise dos deputados.
Mas, tanto deputados quanto parte dos técnicos do Congresso consideram que as retiradas mudam, sim, o mérito e deveriam voltar para a Câmara.
Tasso reafirma que as supressões não trazem mudanças significativas.
"[A mudança] não tem nenhum impacto relevante, e lembrando sempre que se a PEC paralela for aprovada, vamos ter impacto superior positivo a qualquer impacto negativo que possa ter sido dado nas supressões da principal", frisou.
As sugestões de mudança foram aprovadas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada.