O líder da bancada do PDT no Senado, senador Jefferson Péres (AM), morreu na manhã desta sexta-feira (23/5), de enfarte, em sua residência na capital do Amazonas, por volta das 6h30. Péres, com 76 anos, embora pertencente a um partido da base aliada ao Palácio do Planalto, sempre adotou uma postura crítica em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Professor, advogado, com longa carreira de vereador em Manaus, onde nasceu, ocupava vaga no Senado desde 1995. Exercia seu segundo mandato de senador.

Lula divulgou nota lamentando a morte de Péres. O presidente afirmou que o senador amazonense "foi um político que sempre pautou suas ações pela defesa intransigente da democracia e da ética." Na nota, Lula diz que recebeu com tristeza a notícia e que transmitiu seus sentimentos à família do senador. Jefferson Peres, segundo Lula, "sempre procurou guiar-se pelo que julgava ser o interesse público, mesmo nos momentos de divergências com o governo." O presidente conclui que a morte de Péres "é uma grande perda para o Brasil, para a Amazônia e para o Senado brasileiro."

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), se dirigiu ao Senado assim que soube do fato. Garibaldi abriu a sessão legislativa desta sexta (com sete senadores em plenário), lamentando a morte de Péres, a quem se referiu como "um senador franzino e pequenino que se agigantava" na defesa da democracia. "Perdemos um grande senador, um grande homem público, um homem dedicado à defesa da democracia e que era um dos sustentáculos da coluna vertebral do Senado. Era um grande peregrino em defesa da ética."

Na quarta-feira, Péres comentou no Senado o debate sobre a internacionalização da Amazônia, tese defendida em reportagem do jornal The New York Times. "Normalmente, não reajo a esse tipo de declaração, mas insisto em que não se pode levar a sério a tese da internacionalização da Amazônia. Isso não vai acontecer. Não tenho tanto medo da cobiça internacional sobre a Amazônia. Tenho medo da cobiça nacional", afirmou. Péres era casado com Marlidice, juíza aposentada, e deixa três filhos: Ronald, Romulo e Roger.

Com informações da Agência Estado.