Sem trégua, Israel toma medidas para proteger economia
Banco de Israel reduziu sua taxa básica de juros para o menor patamar de sua história, por medo de que o conflito desacelere o crescimento
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2014 às 17h24.
Gaza/Jerusalém - Ataques aéreos israelenses mataram pelo menos nove palestinos na Faixa de Gaza e militantes mantiveram o disparo de foguetes pela fronteira nesta segunda-feira, e Israel agiu para proteger a sua economia contra os efeitos de uma guerra já em sua sétima semana.
Em meio aos esforços do Egito para mediar uma trégua duradoura, o Banco de Israel reduziu sua taxa básica de juros para 0,25 por cento, a menor de sua história, por medo de que o conflito desacelere o crescimento econômico do país.
Ao anunciar o corte, o banco afirmou ser cedo demais para verificar com precisão qual será o impacto do conflito no crescimento econômico, mas que a guerra pode diminuir em meio ponto percentual o Produto Interno Bruto (PIB), previsto para 2,9 por cento em 2014, já que o turismo e o consumo estão sendo afetados.
Moradores de Gaza relataram ter recebido novas mensagens gravadas em seus celulares e telefones fixos dizendo que Israel irá mirar qualquer casa usada para “ataques terroristas” e aconselhando civis a abandonarem áreas usadas pelos militantes.
A gravação terminava com as palavras: "Aos líderes do Hamas e aos moradores de Gaza: a batalha está em andamento e vocês foram avisados”.
Aeronaves israelenses atacaram quatro residências na cidade de Beit Lahiya próxima da fronteira com Israel, matando duas mulheres e uma criança, informaram testemunhas e autoridades de saúde.
Moradores disseram à Reuters que um membro do Hamas, grupo militante que domina Gaza, vivia no local.
Seis outros palestinos foram mortos na ofensiva, incluindo três homens em um ataque contra um carro e um jornalista de Gaza identificado como Abdallah Murtaja em um ataque separado, disseram autoridades.
Mais de 100 foguetes foram lançados contra o sul de Israel nesta segunda-feira, e um israelense ficou ferido por uma bomba lançada por morteiro, informou o Exército.
Apesar da violência, há sinais de que os dois lados possam estar caminhando para um novo cessar-fogo.
Qais Abu Leila, um funcionário palestino de alto escalão envolvido nas conversas, disse que o Cairo propôs um cessar-fogo por tempo indeterminado.
Uma autoridade israelense, falando sob condição de anonimato, declarou que seu país cogita a proposta se o Hamas aceitá-la.
O Hamas afirma que não irá parar de lutar até que o bloqueio de Israel e do Egito ao enclave de 1,8 milhão de pessoas seja suspenso.