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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h52.
Nem para mais, nem para menos. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não mexeu na taxa básica de juros da economia, a Selic. A reunião mensal de dois dias foi encerrada nesta quarta-feira (21/7). O colegiado foi unânime pela manutenção dos juros em 16% ao ano, sem viés (ou seja, sem chance de rever a Selic antes de sua próxima reunião ordinária).
"O breve comunicado do Copom afirma que em sua decisão está avaliando as perspectivas para 2004 e 2005. Essa menção ao ano que vem é saudável", afirma Paulo Gomes, estrategista de Asset Management da consultoria Global Invest.
É a primeira reunião do Copom depois que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, anunciou em 30/6 a elevação dos juros básicos da economia americana para 1,25% ao ano. Desde então, os mercados monitoram qualquer dado da economia americana que possa servir como indicador de que as próximas elevações serão suaves ou agressivas.
O Copom cortou a Selic em duas ocasiões neste ano: em março, de 16,50% para 16,25% e em abril, para 16%. No ano passado, a Selic caiu 10 pontos percentuais, dos 26,5% do final de 2002 para 16,50% em dezembro de 2003.
O Copom volta a se reunir em 17 e 18 de agosto.
Fiesp
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em nota oficial, o surgimento de pressões inflacionárias faz com que as expectativas para o IPCA caminhem perigosamente para perto do teto de 8%, e há uma meta de inflação ainda menor do que a deste ano para ser cumprida em 2005. "Em momentos como este, o BC não admite flexibilidade", diz o texto assinado pelo presidente Horacio Lafer Piva. Mas o tom semelhante ao adotado pelos economistas de instituições financeiras pára aí.
O problema, para a entidade, é que a economia estacionou em um patamar anormalmente alto para os juros reais, a inflação encontra alguma rigidez para baixar e uma situação de pleno emprego ainda é muito distante. "Discordamos que a saída para esta situação seja apenas a agenda micro, como parece acreditar o governo."
Para a federação, as políticas monetária, cambial e fiscal devem "abrir espaço para novas e expressivas quedas da Selic", através de uma "explícita e sistemática" compra de reservas e um "esforço obsessivo" de corte de gastos públicos e de estímulo aos investimentos.
A Fiesp encerra sua nota pedindo a compensação da estabilidade da Selic pela redução do spread bancário.
2004 | |
Julho | 16% ao ano |
Junho | 16% ao ano |
Maio | 16% ao ano |
Abril | 16% ao ano |
Março | 16,25% ao ano |
Fevereiro | 16,5% ao ano |
Janeiro | 16,5% ao ano |
2003 | |
Dezembro | 16,5% ao ano |
Novembro | 17,5% ao ano |
Outubro | 19% ao ano |
Setembro | 20% ao ano |
Fonte: BC
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