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Sem acordo, votação de novo projeto de socorro a Estados é adiada

A proposta trata de alívios a Estados e municípios como a suspensão de dívidas e a compensação da queda de arrecadação do ICMS no curto prazo

Câmara dos Deputados: parlamentares não chegaram a um acordo sobre a proposta (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 8 de abril de 2020 às 18h02.

Última atualização em 8 de abril de 2020 às 18h53.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu deixar para a quinta-feira a votação de projeto que trata de alívios a Estados e municípios como a suspensão de dívidas e a compensação da queda de arrecadação do ICMS no curto prazo, o que está sendo chamado de plano Mansueto light.

Alvo de questionamentos durante a discussão em plenário nesta quarta, o projeto que tem como foco dar condições aos entes para atuar no combate à crise do coronavírus, tem sua votação adiada na tentativa de consolidar um acordo.

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"A matéria tem ainda muita polêmica, muita gente querendo incluir temas de municípios, outros querendo tirar", disse Maia pouco antes de interromper a sessão desta quarta.

"A gente poderia encerrar esse assunto por aqui... para que o relator possa ouvir todas as bancadas e amanhã nós continuamos com essa votação."

O projeto alternativo permite a suspensão de dívidas dos entes durante o período de calamidade. Também prevê uma compensação, por parte da União, das perdas de arrecadação do ICMS. A proposta estabelece que Estados e municípios poderão realizar aditamento contratual (firmados no exercício corrente) que suspenda os pagamentos do principal e encargos de operações de crédito interno e externo celebradas com o sistema financeiro e instituições multilaterais de crédito.

Haverá regras específicas para refinanciamento de contratos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e para a Caixa Econômica Federal.

Também prevê que não ocorrerá execução de contragarantias de dívidas dos Estados e dos municípios dos contratos de refinanciamento. Impede, no entanto, aumentos salariais.

Os recursos não pagos deverão ser preferencialmente destinados a ações de combate à crise, diz o texto. Durante a suspensão do pagamento, Estados e municípios não poderão ser inscritos em cadastros restritivos por conta dessa suspensão.

O projeto traz ainda linhas de financiamento para combate à pandemia e para auxiliar os entes a estabilizarem a receita.

Estados e Distrito Federal poderão contratar operações de créditos com garantia da União limitados a 8% da Receita Corrente Líquida (RCL) para o exercício de 2020.

Nos cálculos do presidente da Câmara, o impacto fiscal da medida gira em torno de 35 bilhões de reais, enquanto os empréstimos deverão bater o patamar de 50 bilhões de reais.

Maia não descarta que as discussões do Plano Mansueto original sejam retomadas depois da crise.

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