Secretário de Comércio dos EUA descarta acordo definitivo com China no G20
O secretário americano afirmou que o G20 "não é um lugar para um acordo comercial definitivo"
AFP
Publicado em 11 de junho de 2019 às 15h37.
O secretário americano do Comércio, Wilbur Ross, disse nesta terça-feira (11) que Estados Unidos e China não vão anunciar um acordo comercial na cúpula do G20 no final de junho, no Japão.
"A cúpula do G20 não é um lugar para um acordo comercial definitivo", disse Wilbur Ross à emissora CNBC, acrescentando, contudo, que pode haver "algum tipo de acordo sobre o caminho a seguir".
"Certamente não será um acordo definitivo", insistiu.
Segundo ele, o presidente Donald Trump pretende conversar sobre o assunto com seu colega chinês, Xi Jinping.
Ross disse também que, ainda que este conflito possa parecer "uma guerra frontal", terminará, de qualquer maneira, com uma solução consensual.
"Os mercados estão muito nervosos, ou muito eufóricos", criticou, apontando o exemplo das "pessoas que ficaram histéricas" quando Trump ameaçou impor tarifas a bens importados do México.
"Finalmente, temos uma solução que pode ajudar a resolver o problema da crise (dos imigrantes clandestinos) na fronteira e que não inclui tarifas aduaneiras", comentou.
Além disso, convidou seus colegas a "aprenderem com esta crise" e "a julgarem este governo de acordo com os resultados".
Mais uma vez, Trump disse que os consumidores americanos não foram afetados pela guerra comercial entre Washington e Pequim.
O governo chinês "desvaloriza sua moeda e dá subsídios às suas empresas para atenuar os efeitos das sobretaxas" de 25% impostas pelos Estados Unidos a produtos chineses importados, no total de 250 bilhões de dólares, tuitou.
Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou que o aumento das tensões entre Pequim e Washington pode afetar o crescimento dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, apontou que, por enquanto, os efeitos do conflito tiveram pouco impacto sobre os consumidores.
Na segunda-feira, Trump ameaçou adotar novas tarifas sobre a China, se a reunião com Xi Jinping, em paralelo à cúpula do G20 em Osaka, não acontecer.