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Saída de Dilma do ministério de Energia não atrapalhará leilões

Mesmo à frente da Casa Civil, ministra Dilma Roussef terá papel importante na coordenação dos leilões de novas usinas, marcados para o próximo semestre

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

A saída de Dilma Roussef do ministério de Minas e Energia não deverá atrasar os leilões de energia nova, previstos para o segundo semestre deste ano. Mudanças significativas no processo de abertura do mercado, que vem sendo discutido desde 2003, também são pouco prováveis. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim que assume o ministério interinamente afirmou que dará continuidade aos planos que vinham sendo executados.

O diretor executivo da Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), Maurício Correa, admite a existência de discordâncias entre a ministra e os principais agentes do mercado, mas diz que o projeto aprovado no ano passado pelo Senado "está longe de ser um desastre absoluto".

"O mercado de energia é bastante completo, com muitos players. É humanamente impossível agradar todo mundo", diz Correa, que prefere classificar as críticas ao atual modelo energético como "questões pontuais". "Continuamos trabalhando junto ao governo para que algumas mudanças sejam feitas", diz o executivo da Abraceel.

Dilma Roussef assumiu o ministério com a complicada tarefa de evitar um novo racionamento de energia no país. Seu primeiro projeto, apresentado no início da gestão Lula, não agradou ao mercado. "Era praticamente uma volta à estatização", diz Correa. Algumas sugestões foram acatadas pela ministra, outras não. "No final, acho que ela teve uma postura séria diante das pressões", avalia.

A mudança para a Casa Civil não significa que Dilma Roussef irá abandonar seus trabalhos no setor de energia. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Base, Paulo Godói, lembra que a conclusão do modelo, com o leilão de novas concessões de usinas hidrelétricas, deverá ser coordenado pela Casa Civil. "A Casa Civil é o grande articulador na implementação das ações e tem os mecanismos necessários para tal, cujo maior exemplo é a Câmara da Infra-estrutura", disse Godói.

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