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Rússia se volta à África para impulsionar vendas de armas

Negócios na África indicam o desejo de reconstruir o grande mercado para as armas e tecnologia russas da era soviética

Armas: negócios na África indicam o desejo de reconstruir o grande mercado para as armas e tecnologia russas da era soviética (Tony Karumba/AFP)
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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2015 às 14h10.

Por Gleb Stolyarov Moscou/Johanesburgo - A Rússia está em busca de projetos estatais caros de petróleo e platina na África, apesar da crise econômica interna, na esperança de que levem ao aumento das exportações, inclusive de armas , de negócios atingidos por sanções do Ocidente devido ao conflito na Ucrânia.

O governo russo tem focado principalmente na construção de laços com a Ásia depois que as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia entraram em vigor no ano passado, mas os negócios na África indicam o desejo de reconstruir o grande mercado para as armas e tecnologia russas da era soviética.

A empreitada da gigante industrial estatal Rostec, que inclui o monopólio de exportação de armas da Rússia no seu vasto portfólio, é dificultada pela desaceleração econômica, que vem abalando as finanças públicas e forçando as empresas a buscar o apoio do Estado.

Os preços mais baixos das commodities levaram a maioria dos investidores russos não governamentais na África no início da década de 2000 a deixar esse mercado, mas a Rostec diz que está prestes a construir uma refinaria de petróleo de 4 bilhões de dólares em Uganda e um projeto de mineração de platina avaliado em 3 bilhões de dólares no Zimbábue.

O conglomerado, que controla centenas de empresas, desde a exportadora de armas Rosoboronexport à maior produtora de titânio do mundo, a VSMPO-Avisma, considera os projetos como canais para abrir portas na África, particularmente para seu mercado de armas em rápido crescimento.

"Além de recursos provenientes do próprio projeto, a construção da refinaria de petróleo (em Uganda) abre mercados para os produtos de todas as empresas da Rostec e as empresas russas como um todo", afirmou a Rostec em comunicado à Reuters.

A empresa e seu executivo-chefe, Sergei Chemezov, um aliado do presidente Vladimir Putin, é alvo de sanções por causa da anexação da região ucraniana da Crimeia pela Rússia e acusações de países ocidentais de que a Rússia fornece armas e tropas para separatistas na Ucrânia, o que o governo russo nega.

A RT Global Resources, 100 por cento subsidiária da Rostec, ganhou em fevereiro o contrato para construir e operar a refinaria, despertando preocupações entre alguns parlamentares da oposição de Uganda sobre a seleção de uma empresa intimamente ligada às exportações de armas russas.

Uganda e Zimbábue não são legalmente obrigados a cumprir as sanções contra a Rússia e ambos mantém relações tensas com países ocidentais.

A Rostec disse que o projeto foi lançado em 2013, bem antes da introdução das sanções contra a Rússia, e manteve-se interessante em termos econômicos, apesar das sanções.

A primeira etapa do projeto em Uganda exigirá 2 bilhões de dólares e a segunda, 1,7 bilhão, com o pico de investimentos previsto para o período 2018-19, disse a empresa.

A Rostec não deu detalhes de seu envolvimento no projeto de mineração de platina no Zimbábue. O banco de desenvolvimento russo Vnesheconombank, que deverá financiar o projeto e também está sob sanções, só disse que um acordo de cooperação foi assinado pelos parceiros do projeto.

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Por Gleb Stolyarov Moscou/Johanesburgo - A Rússia está em busca de projetos estatais caros de petróleo e platina na África, apesar da crise econômica interna, na esperança de que levem ao aumento das exportações, inclusive de armas , de negócios atingidos por sanções do Ocidente devido ao conflito na Ucrânia.

O governo russo tem focado principalmente na construção de laços com a Ásia depois que as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia entraram em vigor no ano passado, mas os negócios na África indicam o desejo de reconstruir o grande mercado para as armas e tecnologia russas da era soviética.

A empreitada da gigante industrial estatal Rostec, que inclui o monopólio de exportação de armas da Rússia no seu vasto portfólio, é dificultada pela desaceleração econômica, que vem abalando as finanças públicas e forçando as empresas a buscar o apoio do Estado.

Os preços mais baixos das commodities levaram a maioria dos investidores russos não governamentais na África no início da década de 2000 a deixar esse mercado, mas a Rostec diz que está prestes a construir uma refinaria de petróleo de 4 bilhões de dólares em Uganda e um projeto de mineração de platina avaliado em 3 bilhões de dólares no Zimbábue.

O conglomerado, que controla centenas de empresas, desde a exportadora de armas Rosoboronexport à maior produtora de titânio do mundo, a VSMPO-Avisma, considera os projetos como canais para abrir portas na África, particularmente para seu mercado de armas em rápido crescimento.

"Além de recursos provenientes do próprio projeto, a construção da refinaria de petróleo (em Uganda) abre mercados para os produtos de todas as empresas da Rostec e as empresas russas como um todo", afirmou a Rostec em comunicado à Reuters.

A empresa e seu executivo-chefe, Sergei Chemezov, um aliado do presidente Vladimir Putin, é alvo de sanções por causa da anexação da região ucraniana da Crimeia pela Rússia e acusações de países ocidentais de que a Rússia fornece armas e tropas para separatistas na Ucrânia, o que o governo russo nega.

A RT Global Resources, 100 por cento subsidiária da Rostec, ganhou em fevereiro o contrato para construir e operar a refinaria, despertando preocupações entre alguns parlamentares da oposição de Uganda sobre a seleção de uma empresa intimamente ligada às exportações de armas russas.

Uganda e Zimbábue não são legalmente obrigados a cumprir as sanções contra a Rússia e ambos mantém relações tensas com países ocidentais.

A Rostec disse que o projeto foi lançado em 2013, bem antes da introdução das sanções contra a Rússia, e manteve-se interessante em termos econômicos, apesar das sanções.

A primeira etapa do projeto em Uganda exigirá 2 bilhões de dólares e a segunda, 1,7 bilhão, com o pico de investimentos previsto para o período 2018-19, disse a empresa.

A Rostec não deu detalhes de seu envolvimento no projeto de mineração de platina no Zimbábue. O banco de desenvolvimento russo Vnesheconombank, que deverá financiar o projeto e também está sob sanções, só disse que um acordo de cooperação foi assinado pelos parceiros do projeto.

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