Rússia quer prender quem usar bitcoin
As multas iriam de 500 mil a 2,5 milhões de rublos e a pena de prisão seria de 4 a 7 anos, diz reportagem da Bloomberg
João Pedro Caleiro
Publicado em 30 de abril de 2016 às 07h00.
São Paulo - A Rússia está querendo apertar o cerco ao bitcoin .
De acordo com a Bloomberg, o Ministério das Finanças do país irá propor em breve uma legislação proibindo a emissão e o uso de moedas digitais na troca de bens e serviços.
As multas iriam de 500 mil a 2,5 milhões de rublos (26 mil a 130 mil reais) e a pena de prisão iria de 4 a 7 anos, com as piores punições reservadas para gerentes de empresas financeiras .
“A Bitcoin pode ser usada para financiar a economia informal e crimes, e este é um risco que não podemos permitir no sistema financeiro da Rússia, que estamos tentando tornar transparente e saudável", disse a assessoria de imprensa do Banco Central por e-mail.
Desde que a União Soviética entrou em colapso, a Rússia luta para reforçar a credibilidade de sua moeda entre a população e não tolera a criação de alternativas.
Em meados do ano passado, um fazendeiro russo que criou uma moeda própria para trocas com outros fazendeiros foi levado aos tribunais por iniciativa de promotores locais e do Banco Central.
Na Venezuela de hoje, marcada pela escassez e pelo descontrole inflacionário, o bitcoin é cada vez mais usado como alternativa. Muitos países tem caminhado no sentido de regular as novas moedas digitais.
Já em outros, como Equador e Vietnã, elas são proibidas. No Brasil, o bitcoin é tratado como um ativo financeiro e precisa ser declarado no Imposto de Renda.
- 1. 9 usos diferentes para moedas virtuais
1 /10(Getty Images)
Alternativa ao bitcoin, a moeda dogecoin foi uma das responsáveis pela ida da equipe jamaicana de bobsled à Rússia, para disputar as Olimpíadas de Inverno. Uma página de doações arrecadou o equivalente a 30 mil dólares no dinheiro virtual, valor que pagou parte da viagem e dos equipamentos. Mas esse não é o único uso inusitado ou diferente possível para as moedas criptográficas. Listamos alguns outras formas de gastar bitcoins e dogecoins a seguir, que vão de compras de ervas medicinais e temperos até o financiamento de outras campanhas. Confira.
2 /10(Reprodução)
O site BitHerbs oferece uma boa variedade de ervas medicinais para compra, em especial variedades de ginseng. A página é um tanto lenta e só aceita bitcoins como forma de pagamento, pois os criadores dela acreditam que a moeda é uma ferramenta mais confiável que permite às pessoas ganharem a capacidade total de trocar bens e serviços.
3 /10(Getty Images)
A agência de acompanhantes Passion VIP, em Birmingham, na Inglaterra, passou a aceitar no ano passado o pagamento em bitcoins (BTC). Ao ZDNet, a empresa citou que uma das vantagens do uso de BTC é a privacidade, já que, por ser criptográfica, a moeda garante anonimato ao cliente e à acompanhante.
4 /10(Reprodução)
Os desenvolvedores do console indie aderiram ao bitcoin no final do ano passado, quando anunciaram a novidade pelo Twitter. Clientes podem escolher a opção BTC entre as formas de pagamento mostradas no final da compra mas ainda não conseguem comprar jogos usando a moeda criptográfica.
5 /10(Getty Images)
Uma concessionária da Lamborghini que também vende carros da Tesla já faz vendas em BTC há mais de dois meses nos EUA. A primeira unidade de um Tesla S (carro ao lado) foi vendida no começo de dezembro, e um Lamborghini Gallardo foi adquirido poucos dias depois.
6 /10(Getty Images)
A Virgin ainda não está levando ninguém para o espaço. Mas quando o fizer, também aceitará os pagamentos das viagens em bitcoins, segundo o criador da empresa Richard Branson. Os valores exatos não foram mencionados, mas certamente serão bem variáveis, dada a instabilidade da moeda.
7 /10(onigiri-kun / Flickr)
Além de ajudar jamaicanos a correr no gelo, a Dogecoin Foundation também financia outros tipos de campanhas voltadas para boas causas. A mais recente foi a Doge 4 Kids, que juntou 20 milhões de DOGE (30 mil dólares) para auxiliar no treinamento de quatro cães-ajudantes, que serão doados a crianças portadoras de necessidades especiais.
8 /10(Reprodução)
Produtos normais, que não custam os olhos da cara, podem ser adquiridos usando bitcoins. A BitcoinStore, por exemplo, aceita a unidade monetária na compra de aparelhos eletrônicos PCs, notebook, câmeras e componentes de computadores. O preço varia conforme a valorização da moeda, e o custo em dólar também é mostrado.
9 /10(Reprodução)
Quer algo mais simples? A loja virtual Overstock permite o uso de bitcoin para comprar capinhas de celular, lençóis e mobília, por exemplo. As roupas de cama, aliás, são os itens mais trocados por bitcoin na rede online, segundo levantamento divulgado no final de janeiro.
10 /10(Getty Images)
Os mineradores de moedas virtuais encontram nesses caixas eletrônicos fixos uma forma de trocar bitcoins por dinheiro de verdade e ainda sacá-lo. Há poucos deles pelo mundo, e o que aparece na imagem ao lado fica no Canadá. O responsável por ele ainda tinha a intenção de colocar mais desses aparelhos pelo país, e almejava chegar em 2014 aos Estados Unidos. Em meados de janeiro, aliás, sites indicavam que Nova York estaria perto de ganhar a dela, e outro caixa ainda poderia aparecer em Hong Kong. Mas além desses fixos, há também os móveis, que são a maior parte dos caixas de BTC existentes inclusive o que veio ao Brasil, para participar da Campus Party deste ano.
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