Rússia deve cortar fornecimento de gás para a Europa a partir desta quarta
Vladimir Putin alega problemas técnicos em gasoduto, mas países europeus rebatem argumento; cresce temor que Alemanha possa entrar em recessão
Carla Aranha
Publicado em 27 de julho de 2022 às 06h00.
Última atualização em 30 de julho de 2022 às 18h39.
Em mais um golpe contra a União Europeia, a Rússia anunciou que deve reduzir para 20% a quantidade de gás transportada aos países europeus pelo gasoduto Nord Stream, que já vinha trabalhando bem abaixo de sua capacidade. A medida começa a valer a partir desta quarta, dia 27. Antes da guerra na Ucrânia, a Europa importava da Rússia cerca de 40% de todo o gás que consumia e 30% do petróleo. A estatal de energia russa Gazprom atribuiu a nova limitação no transporte de gás a problemas operacionais causados pelas sanções impostas a Moscou.
Os preços de gás dobraram na Europa desde o começo da guerra, exercendo forte impacto sobre a inflação. Analistas estimam novos aumentos nos próximos meses com a chegada do inverno.
A Alemanha tem rebatido o argumento de Vladimir Putin de que o Nord Stream passa por problemas técnicos. O gasoduto é equipado com sistemas de proteção e de contingenciamento, de acordo com autoridades alemãs, justamente para evitar falhas operacionais.
O novo corte no envio de gás para a Europa volta a disparar o alarme sobre o eventual fechamento ou redução da capacidade das fábricas e o impacto crescente da alta do insumo no custo de vida.
Têm crescido também os temores de que a Rússia possa cortar completamente o fornecimento de gás para os países europeus durante o inverno. Uma medida dessa natureza poderia colocar a Alemanha, maior economia do euro, em recessão. A Rússia tem dito que não interesse em encerrar os contratos com seus clientes europeus.
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