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Rússia começa a pagar preço por intervir na Crimeia

O rublo russo caiu até mínimos históricos perante o dólar e o euro em meio ao grande temor dos mercados à reação internacional e a possíveis sanções

Vladimir Putin: analistas econômicos e imprensa especializada fizeram duras críticas à decisão do presidente russo de ocupar militarmente a península da Crimeia (Maxim Shemetov/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2014 às 15h28.

Moscou - No meio da enxurrada de críticas internacionais por sua intervenção militar na república autônoma ucraniana da Crimeia, a Rússia sentiu nesta segunda-feira as primeiras consequências econômicas desse passo com a forte queda de sua bolsa e a desvalorização do rublo, embora insista na legitimidade de suas ações.

A Bolsa de Moscou fechou com em baixa de 12% em um de seus dois índices, em uma jornada na qual os títulos de algumas empresas públicas sofreram perdas históricas.

O rublo russo caiu até mínimos históricos perante o dólar e o euro em meio ao grande temor dos mercados à reação internacional e a possíveis sanções pela ocupação na península da Crimeia, de maioria étnica russa.

Os russos temeram o pior e esvaziaram as reservas diárias de dólares e euros nos escritórios de seus bancos, sendo que a maioria deles já não tinha divisas para vender na tarde de hoje.

"Estou desde o fim de semana tentando comprar euro. No sábado fui a três bancos diferentes e não pude comprar nada mais que 180 euros. Hoje usei toda a manhã para conseguir e só após fazer filas de meia hora", disse à Agência Efe Vladimir, um jornalista moscovita.

Ao longo da sessão na bolsa de divisas, o dólar superou a barreira histórica dos 37 rublos e o euro chegou a situar-se acima de 51,2 rublos, máximos absolutos que retrocederam ao final da jornada graças à decidida atuação do Banco Central da Rússia.

A intervenção do regulador no mercado de divisas russo marcou outro recorde absoluto, já que nunca antes havia sido injetado tanto dinheiro no mercado para sustentar a queda da moeda nacional e acalmar os investidores.

Os analistas econômicos e a imprensa especializada fizeram duras críticas à decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de ocupar militarmente a península da Crimeia com o pretexto de proteger as vidas dos cidadãos russos que residem nesse território, declarado à revelia contra as novas autoridades da Ucrânia.


A Crimeia pertenceu à Rússia até 1954, quando o então líder soviético, Nikita Kruschev, a presenteou à Ucrânia, e abriga em seu território a base da frota russa do Mar Negro.

"O envio de tropas no país vizinho é um trágico erro que lapida nosso caminho rumo à estabilidade de longo prazo, cujas consequências políticas e econômicas sentiremos durante muitos anos", escreveu em sua coluna o analista do prestigiado jornal econômico "Vedomosti", Konstantin Sonin.

Já o editorial desta publicação advertiu que a perspectiva de uma guerra com a Ucrânia "devolve a Rússia à realidade do país que tanto agrada o presidente Vladimir Putin, a União Soviética, sobre a qual a guerra sempre pendia como o espada de Damocles".

"Hoje nos despertamos em um país com uma economia de guerra fechada, contra o qual podem ser aplicadas sanções econômicas internacionais, que será expulso do G8 sem demora e que não pôde ser competitivo em um mundo global aberto e tenta agora mostrar sua força com ameaças militares", lamenta o jornal.

Enquanto isso, contra tudo e contra todos da opinião pública internacional, o Ministério das Relações Exteriores russo qualificou de "adequadas e legais" as medidas empreendidas pela Rússia na Crimeia.

E, como se fosse pouco, 16 deputados da Duma (Câmara dos Deputados russa) registraram um projeto pelo qual a Rússia poderia anexar a Crimeia com o pretexto de proteger os cidadãos da etnia russa, maioria na autonomia.

Dita anexação seria mais factível com a construção de uma ponte sobre o estreito de Kerch, que separa a península do território russo, um projeto estipulado com o deposto presidente ucraniano Viktor Yanukovich e que será realizado por Moscou apesar da reviravolta de poder em Kiev, como anunciou hoje o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev.

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Moscou - No meio da enxurrada de críticas internacionais por sua intervenção militar na república autônoma ucraniana da Crimeia, a Rússia sentiu nesta segunda-feira as primeiras consequências econômicas desse passo com a forte queda de sua bolsa e a desvalorização do rublo, embora insista na legitimidade de suas ações.

A Bolsa de Moscou fechou com em baixa de 12% em um de seus dois índices, em uma jornada na qual os títulos de algumas empresas públicas sofreram perdas históricas.

O rublo russo caiu até mínimos históricos perante o dólar e o euro em meio ao grande temor dos mercados à reação internacional e a possíveis sanções pela ocupação na península da Crimeia, de maioria étnica russa.

Os russos temeram o pior e esvaziaram as reservas diárias de dólares e euros nos escritórios de seus bancos, sendo que a maioria deles já não tinha divisas para vender na tarde de hoje.

"Estou desde o fim de semana tentando comprar euro. No sábado fui a três bancos diferentes e não pude comprar nada mais que 180 euros. Hoje usei toda a manhã para conseguir e só após fazer filas de meia hora", disse à Agência Efe Vladimir, um jornalista moscovita.

Ao longo da sessão na bolsa de divisas, o dólar superou a barreira histórica dos 37 rublos e o euro chegou a situar-se acima de 51,2 rublos, máximos absolutos que retrocederam ao final da jornada graças à decidida atuação do Banco Central da Rússia.

A intervenção do regulador no mercado de divisas russo marcou outro recorde absoluto, já que nunca antes havia sido injetado tanto dinheiro no mercado para sustentar a queda da moeda nacional e acalmar os investidores.

Os analistas econômicos e a imprensa especializada fizeram duras críticas à decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de ocupar militarmente a península da Crimeia com o pretexto de proteger as vidas dos cidadãos russos que residem nesse território, declarado à revelia contra as novas autoridades da Ucrânia.


A Crimeia pertenceu à Rússia até 1954, quando o então líder soviético, Nikita Kruschev, a presenteou à Ucrânia, e abriga em seu território a base da frota russa do Mar Negro.

"O envio de tropas no país vizinho é um trágico erro que lapida nosso caminho rumo à estabilidade de longo prazo, cujas consequências políticas e econômicas sentiremos durante muitos anos", escreveu em sua coluna o analista do prestigiado jornal econômico "Vedomosti", Konstantin Sonin.

Já o editorial desta publicação advertiu que a perspectiva de uma guerra com a Ucrânia "devolve a Rússia à realidade do país que tanto agrada o presidente Vladimir Putin, a União Soviética, sobre a qual a guerra sempre pendia como o espada de Damocles".

"Hoje nos despertamos em um país com uma economia de guerra fechada, contra o qual podem ser aplicadas sanções econômicas internacionais, que será expulso do G8 sem demora e que não pôde ser competitivo em um mundo global aberto e tenta agora mostrar sua força com ameaças militares", lamenta o jornal.

Enquanto isso, contra tudo e contra todos da opinião pública internacional, o Ministério das Relações Exteriores russo qualificou de "adequadas e legais" as medidas empreendidas pela Rússia na Crimeia.

E, como se fosse pouco, 16 deputados da Duma (Câmara dos Deputados russa) registraram um projeto pelo qual a Rússia poderia anexar a Crimeia com o pretexto de proteger os cidadãos da etnia russa, maioria na autonomia.

Dita anexação seria mais factível com a construção de uma ponte sobre o estreito de Kerch, que separa a península do território russo, um projeto estipulado com o deposto presidente ucraniano Viktor Yanukovich e que será realizado por Moscou apesar da reviravolta de poder em Kiev, como anunciou hoje o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev.

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