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Ruídos têm impactado projeções de crescimento para 2022, diz Campos Neto

Campos Neto também reiterou que o Banco Central fará o que for necessário para garantir o cumprimento da meta inflacionária

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Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Alan Santos/PR/Flickr)

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Alan Santos/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 19 de agosto de 2021 às, 13h36.

Última atualização em 20 de agosto de 2021 às, 13h34.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que ruídos envolvendo questões domésticas têm afetado as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto para 2022, processo que está sendo acompanhado pela autoridade monetária.

Em apresentação durante webinar promovido pelo Council of the Americas, Campos Neto também reiterou que o Banco Central fará o que for necessário para garantir o cumprimento da meta inflacionária e que tem os instrumentos à mão para tal.

"É muito importante enfatizar que o banco central vai fazer o que for necessário para atingir a meta. Achamos que, com os instrumentos que nós temos, podemos fazer o trabalho e estamos comunicando ao mercado, dando mais transparência sobre como usamos nossas ferramentas", afirmou.

Para a autoridade monetária, é importante entender o processo recente de redução das projeções para o PIB no ano que vem, disse Campos Neto, destacando que até recentemente essas estimativas estavam sendo corrigidas para cima.

Segundo o relatório Focus, do BC, a mediana das projeções do mercado para o PIB recuou nas últimas duas semanas e está atualmente em 2,04%. Para a inflação, as expectativas apontam para uma alta de 3,90%, ante uma meta central e uma projeção do próprio BC de 3,50%.

Sobre as expectativas do mercado para a inflação em 2022, Campos Neto afirmou que a discrepância com as projeções do próprio BC já foi explorada na ata da última reunião do Copom --quando o colegiado chamou atenção para eventuais diferenças nas hipóteses sobre os determinantes da inflação e nos cenários de riscos, entre outros pontos-- mas ressaltou adicionalmente o impacto dos ruídos em torno da política fiscal e de questões institucionais.

"Acho que há um nível elevado de barulho na parte institucional, de como o Brasil funciona, na briga entre Poderes", disse Campos Neto. No campo fiscal, ele voltou a chamar atenção para a percepção do mercado de que uma série de ações tomadas pelo governo recentemente visaram aumentar o valor do Bolsa Família no ano que vem.

"Acho que assim que o governo explicar o que é o Bolsa Família e como ele será pago, e deixar claro que isso não vai infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal nem todos os elementos ficais que estamos olhando, isso ficará claro, então acho que é importante fazer isso", disse Campos Neto.

O presidente do BC ressaltou, ainda, que as ondas de choques inflacionários sofridas pelo país, primeiro em alimentos e posteriormente em energia, já estão contaminando os núcleos de inflação.

No cenário externo, ele disse ver maior incerteza sobre o cenário de taxas de juros baixas. "Acho que estamos começando a ver algum barulho sobre como as pessoas estão precificando a inflação no mundo desenvolvido", afirmou, acrescentando que há diferentes percepções sobre se alguns países estão atrás da curva ou apenas reagindo a um crescimento mais saudável.

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