Risco país cai abaixo dos 700 pontos

O risco país do Brasil registrou forte queda nesta segunda-feira (16/6) e ficou abaixo dos 700 pontos base pela primeira vez desde fevereiro de 2001, antes do apagão e da crise na Argentina. Fechou cotado a 690 pontos, queda de 4,95%. Apesar da queda significativa, o risco do Brasil continua acima de outros países emergentes. O risco país mede a confiança do investidor internacional em relação aos papéis da dívida pública brasileira tomando como comparativo o valor dos títulos americanos, considerados os mais seguros do mundo.

Acompanhando o otimismo, os títulos da dívida externa brasileira tiveram mais um dia de alta. O C-Bond fechou com 92,8% do valor de face, um novo recorde. A alta foi de 0,5% em relação a sexta-feira (13/6). O dólar, porém, registrou alta de 1,23% e encerrou o dia cotado a 2,875 reais. A pressão sobre câmbio refletiu a expectativa do mercado de que o Banco Central poderá, afinal, promover o tão esperado corte na Selic. As taxas de juros futuros referenciadas no DI de janeiro do próximo ano fecharam em queda, atingindo 23,08%.

Na avaliação de Alexandre Maia, economista da Gap Asset Management, a queda do risco país representou um ajuste do mercado a realidade brasileira. Temos que considerar que 700 pontos era o nível em janeiro de 2002, antes das eleições presidenciais, quando não havia garantia de que o Brasil manteria a austeridade fiscal ou concretizaria as reformas. A percepção do mercado está convergindo para patamares mais compatíveis com o atual cenário brasileiro", diz ele. Maia acredita que neste ano o risco país tem boas chances de cair abaixo dos 500 pontos.