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Reunião de emergência discute corte na produção global de petróleo

Xadrez político dificulta um acordo entre os países para reduzir a produção e segurar os preços, que caíram com a pandemia do coronavírus

Petróleo: a demanda global pode diminuir em até 25 milhões de barris por dia com a pandemia (Germano Lüders/Exame)
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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2020 às 06h38.

Última atualização em 9 de abril de 2020 às 13h31.

Está marcada para hoje à tarde (9) uma reunião de emergência da Opep+, que reúne a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), liderada pela Arábia Saudita, e outras nações produtoras, entre elas a Rússia e o Brasil.

A reunião, que será realizada por teleconferência por causa da pandemia do coronavírus, pretende discutir um possível corte na produção global do petróleo , cujas cotações vêm caindo em função da guerra de preços entre sauditas e russos – situação agravada pela diminuição da demanda provocada pela covid-19.

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O preço do barril do tipo Brent chegou a cair abaixo de 20 dólares, uma queda de mais de 60% em relação ao pico registrado em janeiro.

A reunião de hoje deveria ter acontecido na última segunda-feira, mas foi adiada por falta de acordo entre os principais países produtores. O que dificulta um acordo é o xadrez geopolítico por trás da guerra de preços.

Antigos aliados, os sauditas e os russos romperam a parceria no início de março, quando Riad propôs um corte de produção global para segurar os preços diante da queda na demanda causada pela pandemia. A proposta foi recusada por Moscou. Em resposta, os sauditas aumentaram a produção e passaram a vender seu petróleo com desconto, derrubando ainda mais os preços globais.

Segundo alguns analistas, a Rússia decidiu apostar na queda dos preços para prejudicar os Estados Unidos, o maior produtor de petróleo do mundo, mas cujos custos de produção são mais elevados, o que o torna mais vulnerável a uma queda prolongada de preços.

A Arábia Saudita diz que não vai assumir a maior fatia no corte de produção mundial, como já ocorreu no passado. Tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia dizem que os Estados Unidos também precisam entrar com uma cota de sacrifício. Já o presidente Donald Trump declarou na segunda-feira que, na prática, a produção americana de petróleo vem caindo por causa da pandemia.

A ideia da reunião extraordinária da Opep+ é discutir um corte conjunto na produção que pode chegar a 10 milhões de barris por dia. Mesmo que os países cheguem a um acordo, alguns analistas avaliam que o mercado continuará com excesso de oferta, uma vez que os estoques mundiais estão elevados e não há previsão de quando a pandemia do coronavírus irá se estabilizar. A estimativa é que, por causa da propagação do vírus, a demanda global por petróleo possa diminuir em até 25 milhões de barris por dia, o que corresponde a um quarto do consumo em tempos normais.

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