Economia

Renda e emprego elevam 2 milhões de famílias à classe média

Pesquisa mostra que, se economia continuar no atual ritmo, mais famílias poderão ascender socialmente

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h16.

Mais de 2 milhões de famílias ascenderam socialmente e deixaram de ser consideradas classe baixa, aponta análise do Instituto de Pesquisa Target. A instituição acompanha anualmente o potencial de consumo das classes econômicas do país utilizando como base os levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa de Mercado (Abep).

O crescimento da classe média, segundo o estudo, deve-se ao aumento no número de empregos com carteira assinada e do poder de compra das famílias, fator decorrente principalmente da queda nas taxas de juros. De acordo com o diretor do Target, Marcos Pazzini, as famílias mais pobres estão gastando menos com itens básicos de alimentação e bebida, o que possibilita diversificar os investimentos. "Verificamos aumento nas despesas com alimentação, cultura e beleza. Os brasileiros estão se preocupando mais com o lado pessoal, Há também uma elevação considerável nos gastos com veículo próprio. Eles já estão conseguindo comprar e manter um carro", diz Pazzini.

Segundo a pesquisa, em 2005, as famílias com rendimentos entre 1  140 reais e 3  750 reais (consideradas pelo instituto como  classe média) somavam cerca de 25 milhões. Em 2006, esse número subiu para quase 28 milhões de lares, um incremento de 7,9%. Ao todo, foram analisadas 42 milhões de famílias, sendo que a classe média corresponde a 60,75% delas.

Já o número de famílias consideradas pobres (classes D e E), que ganham entre 300 reais e 570 reais, caiu de 14,3 milhões no ano passado para 13,9 milhões este ano. Em relação ao topo da pirâmide do consumo (classes A1 e A2), com renda entre 11  700 reais e 6  630 reais, houve um ligeiro crescimento na quantidade de domicílios, passando de 0,7% do total analisado em 2005 para 0,9% neste ano.

Na avaliação de Pazzini, se "nada de extraordinário" ocorrer nos próximos meses, a evolução deverá persistir. "Essas classes são muito suscetíveis a qualquer problema. Um aumento da inflação, por exemplo, que não seja repassado para o salário, pode afetar diretamente essa população. Se a economia mantiver o mesmo ritmo verificado até o momento, entretanto, a tendência é positiva", afirma.

Para o diretor do Target, a participação das famílias no Produto Interno Bruto (PIB), que historicamente vinha perdendo peso  na soma das riquezas do país, deve apresentar recuperação em 2006. "Ela chegou a alcançar 62% do PIB e hoje as previsões para 2006 estão na faixa de 57% do PIB. A expectativa, porém, é de que o consumo final das famílias volte a ultrapassar os 60% do PIB", diz.

Com informações da Agência Brasil.

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