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Remessas de filiais no Brasil para sedes no exterior recuou

No primeiro trimestre, essas remessas líquidas chegaram a US$ 3,474 bilhões, contra US$ 8,398 bilhões registradas em igual período de 2011

Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, a menor atividade econômica influencia na redução dos lucros e, por consequência, nas remessas (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2012 às 15h31.

Brasília - As remessas líquidas de lucros e dividendos de filiais no Brasil para empresas no exterior recuaram nos primeiros meses deste ano devido à menor atividade econômica, segundo avaliou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.

No primeiro trimestre do ano, essas remessas líquidas (descontadas as receitas recebidas pelo país) chegaram a US$ 3,474 bilhões, contra US$ 8,398 bilhões registradas em igual período de 2011. Somente em março deste ano, essas remessas totalizaram US$ 1,965 bilhão, ante US$ 3,716 bilhões de igual mês de 2011.

Segundo Maciel, a menor atividade econômica influencia na redução dos lucros e, por consequência, nas remessas. Outro “fator de desestímulo” foi o dólar mais alto.

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As remessas de lucros e dividendos fazem parte da conta de rendas, formada também por juros, salários e rendas de investimentos. Essa conta fechou o mês de março negativa em US$ 2,359 bilhões. No primeiro trimestre, o resultado negativo ficou em US$ 5,805 bilhões.

Outra conta divulgada pelo BC é a de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos e outros) que registrou déficit de US$ 3,286 bilhões, no mês passado, e US$ 9,432 bilhões, de janeiro a março deste ano.

O BC também analisa a balança comercial (exportações e importações), que registrou superávit de US$ 2,019 bilhões, em março, e acumulou US$ 2,437 bilhões, nos três meses do ano.

As transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) registraram ingressos líquidos de US$ 307 milhões, no mês passado, e US$ 686 milhões, de janeiro a março.

Todos esses números estão incluídos na conta de transações correntes, que registra as compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o resultado das transações correntes em março veio melhor do que o esperado devido ao “melhor desempenho da balança comercial nas últimas semanas do mês e à redução das remessas de lucros e dividendos”.

Em março, o déficit em transações correntes ficou em US$ 3,32 bilhões. No primeiro trimestre do ano, o saldo negativo ficou em US$ 12,113 bilhões.

Apesar desse resultado melhor no início do ano, a expectativa é que o déficit em transações correntes se amplie ao longo de 2012, à medida que a atividade econômica mostre maior crescimento. Segundo ele, o “gradual crescimento” da economia leva à maior demanda do Brasil por bens e serviços do exterior e isso “tende a se refletir no déficit em transações correntes”.

Mas, segundo Maciel, o crescimento do déficit no ano “está dentro do esperado”. A expectativa do BC para o ano é que esse resultado negativo fique em US$ 68 bilhões, o que deve corresponder a 2,57% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro trimestres do ano, essa relação ficou em 1,92%.

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