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Reforma ministerial veio tarde demais, afirma analista

Se fosse realizada logo após as eleições municipais do ano passado, mudança de gabinete evitaria a crise política enfrentada agora por Lula, segundo a Tendências

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h46.

A reforma ministerial concluída pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mais pontos positivos do que negativos, segundo a consultoria Tendências, como reduzir o espaço do PT e ampliar a presença dos partidos da base governista. O problema é que a lentidão com que foi feita minou as possibilidades de que possa conter a pior crise política enfrentada por Lula, recompor sua base no Legislativo e avançar na votação de temas relevantes para o país.

"Arrastando-se por meses e concluída agora, constata-se que a reforma vem tarde demais", afirma o analista político Rogério Schmitt, em relatório da consultoria divulgado nesta quarta-feira (27/7). "A grande ironia é que, se tivesse sido feita após as eleições municipais do ano passado, essa mesma reforma ministerial talvez tivesse evitado o semestre mais turbulento pelo qual o governo Lula já passou", diz Schmitt.

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Segundo o analista, do ponto de vista político, é bastante difícil que o novo gabinete o terceiro da gestão Lula possa reverter a situação. A crise política assumiu tamanha dimensão que, no médio e longo prazos, os novos ministros dificilmente garantirão uma nova base de apoio ao governo no Congresso.

Há méritos na reforma. Além de reduzir o espaço do PT e de aumentar a participação de outros partidos, este será o gabinete mais enxuto de Lula. Ao tomar posse, em 2003, o presidente contava com 34 ministros. Após elevar o número para 35, a nova reformulação enxugou as pastas para 32, por meio da revogação do status ministerial de três secretarias: a de Direitos Humanos, agora subordinada à Secretaria Geral da Presidência; a de Comunicação do Governo, agora sob a Casa Civil; e a do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que se fundiu às Relações Institucionais.

Para Schmitt, em condições normais, esse gabinete representaria realmente um governo de coalização. Mas sob as circunstâncias em que foi montado, a nova equipe "pode, no máximo, contribuiu para isolar o Palácio do Planalto das denúncias de corrupção e, para os mais esperançosos, talvez permitir a retomada da votação de alguns temas importantes".

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