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Recuo da indústria em novembro aconteceu em 9 dos 15 locais pesquisados, diz IBGE

Produção industrial nacional caiu 0,6% frente a outubro, com recuos mais acentuados no Espírito Santo e em São Paulo. Estados do Norte e Nordeste se destacam entre as altas

A pesquisa também mostra que, na comparação com novembro de 2023, a indústria avançou 1,7%. As taxas positivas foram verificadas em 10 dos 18 locais investigados pela PIM Regional (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 10h20.

Última atualização em 14 de janeiro de 2025 às 10h24.

O recuo na produção da indústria brasileira de 0,6% em novembro, na comparação com outubro, foi concentrado em nove dos 15 locais consultados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), divulgada nesta terça-feira, 14, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No último dia 8, o IBGE divulgou que a queda marcou a segunda queda consecutiva do setor e acumulou perda de 0,8% no período com o resultado negativo do mês anterior, de -0,2%. Agora, a pesquisa detalha que os recuos mais acentuados foram verificados no Espírito Santo, com -7,2%, e São Paulo, que registrou desaceleração de -4,7%.

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O estado capixaba intensificou a redução de sua produção industrial, que já vinha de queda de -0,5% em outubro. Segundo a pesquisa, os setores extrativo e de metalurgia foram os que mais contribuíram para esse resultado.

Já o estado paulista, que abriga o maior parque industrial do país, reverteu o ganho de 3,4% acumulado nos meses de setembro e outubro de 2024. Os setores de derivados do petróleo, alimentos, veículos automotores e produtos químicos foram os que mais influenciaram a dinâmica da indústria do estado.

Bernardo Almeida, analista da PIM Regional, observa que essa "é a taxa negativa mais intensa da indústria de São Paulo desde junho de 2023", quando a produção local recuou 5,4%.

Com isso, a "indústria paulista ficou 1,3% abaixo do seu patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 23,3% abaixo do seu nível mais alto, alcançado em março de 2011", afirmou o pesquisador.

Assim como no mês de outubro, esse recuo pelo segundo mês consecutivo da indústria brasileira foi atribuído pelo IBGE a fatores macroeconômicos "que impactaram diretamente, de forma negativa, a cadeia produtiva industrial".

"A aceleração da inflação, afetando oferta e demanda, e a consequente alta da taxa de juros, reduzindo investimento por parte do produtor, influenciaram o resultado da indústria", apontou Almeida.

O resultado positivo, por outro lado, foi preservado em seis locais pesquisados pelo IBGE. No lado das altas, Pará (4,4%), Amazonas (2,7%) e Pernambuco (2,6%) registraram as taxas mais elevadas.

Novembro marcou o segundo resultado positivo em sequência da indústria paraense, com ganho acumulado de 12,8% no período, devido principalmente ao setor de produtos minerais não metálicos.

Na comparação anual a indústria avança

A pesquisa também mostra que, na comparação com novembro de 2023, a indústria avançou 1,7%. As taxas positivas foram verificadas em 10 dos 18 locais investigados pela PIM Regional.

O instituto ressalta que novembro de 2024 teve 19 dias, um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior. Os maiores avanços foram registrados por Pará (17,7%), Mato Grosso (15,2%), Pernambuco (15,1%), Amazonas (13,5%) e Rio Grande do Norte (10,3%). Santa Catarina (7,1%), Ceará (5,2%), Paraná (4,9%) e Região Nordeste (4,7%).

Nesses locais, as taxas positivas foram mais intensas do que a média nacional de 1,7%. Em Minas Gerais o resultado foi nulo. Por outro lado, a pesquisa identificou no Espírito Santo e Rio de Janeiro as quedas mais expressivas na comparação anual.

A explicação sobre esse baixo desempenho na indústria capixaba vem, principalmente, das atividades de indústrias extrativas, de óleos brutos de petróleo e gás natural. No caso da produção fluminense, está associado ao setor de indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (gás liquefeito de petróleo, óleos combustíveis, querosenes de aviação e naftas), de acordo com o IBGE.

Os estados do Maranhão (-4,8%), Mato Grosso do Sul (-3,2%), São Paulo (-2,7%), Goiás (-2,5%) e Bahia (-1,2%) também recuaram nessa comparação.

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