Reconquistar investidor requer trabalho do Brasil, diz OCDE
"O Brasil tem muito trabalho a fazer para se tornar um país mais amigo do investimento", disse diretor de estudos da organização
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2014 às 15h47.
Londres - O Brasil tem um longo caminho para reatar a relação com os investidores.
A opinião é do diretor de estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE ), Álvaro Pereira.
"O Brasil tem muito trabalho a fazer para se tornar um país mais amigo do investimento ", disse em teleconferência com jornalistas latino-americanos. O caminho para essa reconquista passa necessariamente pela execução de reformas estruturais, sugere.
Pereira argumentou que o Brasil precisa retomar o roteiro adotado há duas décadas.
"Nos anos 1990, o país executou reformas muito importantes para conseguir a estabilidade macroeconômica. Nos últimos 15 ou 20 anos, isso foi muito importante para o Brasil atrair investimentos", disse.
O esforço reformista, porém, foi praticamente interrompido e o esforço do governo passou a ser direcionado às políticas sociais.
Para a OCDE, é hora de voltar o foco para as reformas.
"Pensamos que nos últimos anos tivemos passos importantes para lutar contra a desigualdade. Agora, é muito importante que o governo pense que os próximos anos sejam dedicados às reformas estruturais", disse Pereira.
"O Brasil deve executar reformas para aumentar o investimento. É muito importante que o país tenha mais recursos especialmente em infraestrutura. Também é preciso ter um clima melhor de negócios e a melhora do sistema de impostos, principalmente os indiretos", defendeu.
O diretor da OCDE disse que a agenda de reformas não é exclusividade do Brasil e outros países da na América Latina também têm igual necessidade.
O México, porém, foi colocado em outro nível e foi exaltado como exemplo.
"Na OCDE, o México é visto como um exemplo a ser seguido não apenas pela América Latina, mas como pelo restante dos membros. O México fez grandes reformas em setores importantes como energia e telecomunicações após um grande pacto entre os principais partidos", disse.
Curto prazo
A necessidade de ação de Brasília, porém, não se limita às reformas que têm efeito no longo prazo. Também há problemas mais imediatos.
"No curto prazo, creio que vai ser importante que a nova equipe econômica continue com a estabilidade macroeconômica que o Brasil alcançou nos últimos anos", disse o economista da OCDE para o Brasil, Jens Arnold.
"O país fez muito esforço e obteve muitas conquistas. É importante que os agentes de mercado continuem com a percepção de que a estabilidade macroeconômica é inquestionável no Brasil."
Para o economista que analisa o Brasil na OCDE, a atual situação macro mostra que "as variáveis de política fiscal e inflação talvez sejam as que exigirão mais atenção" da nova equipe econômica nos próximos anos.
Londres - O Brasil tem um longo caminho para reatar a relação com os investidores.
A opinião é do diretor de estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE ), Álvaro Pereira.
"O Brasil tem muito trabalho a fazer para se tornar um país mais amigo do investimento ", disse em teleconferência com jornalistas latino-americanos. O caminho para essa reconquista passa necessariamente pela execução de reformas estruturais, sugere.
Pereira argumentou que o Brasil precisa retomar o roteiro adotado há duas décadas.
"Nos anos 1990, o país executou reformas muito importantes para conseguir a estabilidade macroeconômica. Nos últimos 15 ou 20 anos, isso foi muito importante para o Brasil atrair investimentos", disse.
O esforço reformista, porém, foi praticamente interrompido e o esforço do governo passou a ser direcionado às políticas sociais.
Para a OCDE, é hora de voltar o foco para as reformas.
"Pensamos que nos últimos anos tivemos passos importantes para lutar contra a desigualdade. Agora, é muito importante que o governo pense que os próximos anos sejam dedicados às reformas estruturais", disse Pereira.
"O Brasil deve executar reformas para aumentar o investimento. É muito importante que o país tenha mais recursos especialmente em infraestrutura. Também é preciso ter um clima melhor de negócios e a melhora do sistema de impostos, principalmente os indiretos", defendeu.
O diretor da OCDE disse que a agenda de reformas não é exclusividade do Brasil e outros países da na América Latina também têm igual necessidade.
O México, porém, foi colocado em outro nível e foi exaltado como exemplo.
"Na OCDE, o México é visto como um exemplo a ser seguido não apenas pela América Latina, mas como pelo restante dos membros. O México fez grandes reformas em setores importantes como energia e telecomunicações após um grande pacto entre os principais partidos", disse.
Curto prazo
A necessidade de ação de Brasília, porém, não se limita às reformas que têm efeito no longo prazo. Também há problemas mais imediatos.
"No curto prazo, creio que vai ser importante que a nova equipe econômica continue com a estabilidade macroeconômica que o Brasil alcançou nos últimos anos", disse o economista da OCDE para o Brasil, Jens Arnold.
"O país fez muito esforço e obteve muitas conquistas. É importante que os agentes de mercado continuem com a percepção de que a estabilidade macroeconômica é inquestionável no Brasil."
Para o economista que analisa o Brasil na OCDE, a atual situação macro mostra que "as variáveis de política fiscal e inflação talvez sejam as que exigirão mais atenção" da nova equipe econômica nos próximos anos.