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Queda das importações alerta para saúde econômica da China

Importações caíram em novembro 6,7% em ritmo anual, a 157,18 bilhões de dólares, muito distante do aumento de 3,9% esperado pelos analistas

O excedente comercial da segunda maior economia mundial, líder do comércio de produtos manufaturados, elevou-se em novembro a 54,47 bilhões de dólares (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 09h28.

Pequim - A inesperada queda expressiva das importações coloca em evidência as dificuldades enfrentadas pela economia da China , que, em, em novembro, registrou um excedente comercial recorde, apesar da desaceleração das exportações, segundo dados oficiais divulgados nesta segunda-feira.

As importações caíram em novembro 6,7% em ritmo anual, a 157,18 bilhões de dólares - muito distante do aumento de 3,9% esperado pelos analistas -, e dos 4,6% registrados em outubro, segundo a administração alfandegária.

Por sua vez, o excedente comercial da segunda maior economia mundial, líder do comércio de produtos manufaturados, elevou-se em novembro a 54,47 bilhões de dólares.

Os analistas veem nestes dados motivos crescentes de preocupação sobre a saúde da economia chinesa, cujo consumo interno não decola, com um mercado imobiliário - um dos pilares da atividade - que se contrai e com tensões deflacionistas que se intensificam.

Queda do preço do petróleo

O índice PMI da atividade manufatureira (publicado na semana passada) "refletia uma demanda fraca, mas a forte contração das importações está muito distante do que era esperado", comentaram nesta segunda-feira especialistas do banco ANZ.

À contração da demanda interna soma-se a queda dos preços das matérias-primas, lembra Lu Ting, economista do Bank of America Merrill Lynch.

Para Lu, a forte queda das importações e o grande aumento do excedente comercial "se explicam pelo afundamento dos preços do petróleo", que perderam cerca de 40% desde junho, assim como os preços do minério de ferro.

Neste contexto, "cabe esperar que a China mantenha fortes excedentes comerciais por vários meses, devido à queda dos preços do barril" de petróleo, estimou.

Além disso, os dados das alfândegas refletem uma contração contínua da demanda externa da China, cujo crescimento econômico se baseia amplamente nas exportações.

Assim, as exportações do país cresceram no mês passado apenas 4,7%, a 211,66 bilhões de dólares, muito abaixo das previsões médias dos analistas (+8%).

Isto significa uma forte desaceleração em comparação com o crescimento de meses anteriores (+15,3% em setembro, +11,6% em outubro).

Novas medidas monetárias?

A série de dados decepcionantes dos últimos meses ameaça prosseguir: o mercado prevê uma nova desaceleração da produção industrial e das vendas. Os dados de novembro serão divulgados na sexta-feira.

O crescimento econômico da China foi de 7,3% no terceiro trimestre, o menor nível em cinco anos. A meta de Pequim era crescer em torno de 7,5% do PIB em 2014, mas os analistas acreditam que será inferior.

A situação econômica levou o banco central chinês (PBOC) a abandonar a tradicional prudência em matéria de política monetária com a esperança de incentivar a atividade.

A instituição, que realizou fortes injeções de liquidez no sistema financeiro desde setembro, em novembro reduziu as taxas de juros - a última vez em que recorreu a esta medida foi em 2012 - para incentivar o crédito.

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Pequim - A inesperada queda expressiva das importações coloca em evidência as dificuldades enfrentadas pela economia da China , que, em, em novembro, registrou um excedente comercial recorde, apesar da desaceleração das exportações, segundo dados oficiais divulgados nesta segunda-feira.

As importações caíram em novembro 6,7% em ritmo anual, a 157,18 bilhões de dólares - muito distante do aumento de 3,9% esperado pelos analistas -, e dos 4,6% registrados em outubro, segundo a administração alfandegária.

Por sua vez, o excedente comercial da segunda maior economia mundial, líder do comércio de produtos manufaturados, elevou-se em novembro a 54,47 bilhões de dólares.

Os analistas veem nestes dados motivos crescentes de preocupação sobre a saúde da economia chinesa, cujo consumo interno não decola, com um mercado imobiliário - um dos pilares da atividade - que se contrai e com tensões deflacionistas que se intensificam.

Queda do preço do petróleo

O índice PMI da atividade manufatureira (publicado na semana passada) "refletia uma demanda fraca, mas a forte contração das importações está muito distante do que era esperado", comentaram nesta segunda-feira especialistas do banco ANZ.

À contração da demanda interna soma-se a queda dos preços das matérias-primas, lembra Lu Ting, economista do Bank of America Merrill Lynch.

Para Lu, a forte queda das importações e o grande aumento do excedente comercial "se explicam pelo afundamento dos preços do petróleo", que perderam cerca de 40% desde junho, assim como os preços do minério de ferro.

Neste contexto, "cabe esperar que a China mantenha fortes excedentes comerciais por vários meses, devido à queda dos preços do barril" de petróleo, estimou.

Além disso, os dados das alfândegas refletem uma contração contínua da demanda externa da China, cujo crescimento econômico se baseia amplamente nas exportações.

Assim, as exportações do país cresceram no mês passado apenas 4,7%, a 211,66 bilhões de dólares, muito abaixo das previsões médias dos analistas (+8%).

Isto significa uma forte desaceleração em comparação com o crescimento de meses anteriores (+15,3% em setembro, +11,6% em outubro).

Novas medidas monetárias?

A série de dados decepcionantes dos últimos meses ameaça prosseguir: o mercado prevê uma nova desaceleração da produção industrial e das vendas. Os dados de novembro serão divulgados na sexta-feira.

O crescimento econômico da China foi de 7,3% no terceiro trimestre, o menor nível em cinco anos. A meta de Pequim era crescer em torno de 7,5% do PIB em 2014, mas os analistas acreditam que será inferior.

A situação econômica levou o banco central chinês (PBOC) a abandonar a tradicional prudência em matéria de política monetária com a esperança de incentivar a atividade.

A instituição, que realizou fortes injeções de liquidez no sistema financeiro desde setembro, em novembro reduziu as taxas de juros - a última vez em que recorreu a esta medida foi em 2012 - para incentivar o crédito.

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