Economia

Putin apoia BC duro com inflação, por ora

Presidente russo Vladimir Putin tem permitido que o banco central administre fortes remédios


	O presidente russo, Vladimir Putin: medidas tão duras podem ajudar a empurrar o país ainda mais profundamente para recessão no ano que vem
 (Maxim Shemetov/AFP)

O presidente russo, Vladimir Putin: medidas tão duras podem ajudar a empurrar o país ainda mais profundamente para recessão no ano que vem (Maxim Shemetov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2014 às 09h14.

Moscou - Com a economia russa sendo impactada pelas sanções econômicas e os preços do petróleo em queda, o presidente Vladimir Putin tem permitido que o banco central administre fortes remédios, com altas elevações na taxa de juros ao mesmo tempo que deixou o rublo flutuar.

Medidas tão duras podem ajudar a empurrar o país ainda mais profundamente para recessão no ano que vem, mas até agora vêm impedindo um pânico financeiro, inflação descontrolada ou um derretimento da moeda como o que ajudou a catapultar Putin ao poder na década de 1990.

Aqueles que seguem o banco central dizem que as medidas duras são resultado da conhecida forma de Putin administrar de perto a máquina de poder da Rússia, dando aos tecnocratas do banco uma rédea solta.

"Há uma crítica atual sobre banco central e todo o governo serem bichos de estimação de Putin", disse uma fonte de alto escalão do governo. "Mas levando tudo em consideração, o banco central é hoje muito mais autônomo do que é percebido".

As taxas altas de juros vão doer. O Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento disse que a recessão é certa, prevendo uma contração de 0,2 por cento para o ano inteiro de 2015.

Os políticos têm reclamado. O ministro da Economia, Alexei Ulyukayev, enviou uma carta ao Krelim durante o verão europeu defendendo uma maior "cooperação" entre o banco e o governo, visto como um pedido por uma política monetária mais expansionista.

"Há uma tensão entre o governo e o banco central em relação ao crescimento. A consequência destas políticas de estabilização será aprofundar a recessão", disse o diretor-gerente da consultoria Trusted Sources, Christopher Granville.

O próprio Putin tem reclamado sobre os altos custos de empréstimo. Mas, por enquanto, ele parece confiar nos instintos do banco central.

"O que o banco central está fazendo está em linha com o que a liderança quer, de uma maneira estratégica", disse Granville. "A estabilidade é a prioridade absoluta, em vez de evitar a contração do crescimento a qualquer custo".

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