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Produção industrial cresce, mas fica abaixo das expectativas

Em outubro, alta foi de 0,8%, acumulando aumento de 2,9% no ano

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h17.

A produção industrial em outubro cresceu 0,8% em relação a setembro de 2006, aproximando-se do melhor nível do ano, registrado em agosto, divulgou nesta quarta-feira (6/12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Doze dos 23 setores analisados apresentaram incremento de produção, sendo que a indústria de veículos automotores foi a que mais contribuiu para o resultado, elevando a produção em 6,2% após recuar 9% em setembro.

No ano, a indústria acumula crescimento de 2,9%, com 21 setores apresentando aumento de produção. Entre janeiro e outubro, as fábricas de máquinas para escritórios e equipamentos de informática foram as que mais expandiram a produção (52,6%), com destaque para computadores e monitores.

Apesar dos números positivos, os analistas consideram fraco o ritmo de crescimento da indústria. "Esperávamos mais. O resultado do quarto trimestre deve ser melhor, mas a alta não deve passar de 2,8%", afirma o economista da Itaú Corretora, Maurício Oreng.

De acordo com a economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi, nem todos os setores da indústria estão se recuperando. "A indústria de bens de capitais e bens intermediários continua apresentando queda, o que mostra que os investimentos nesses setores ainda são modestos", afirma.

Além disso, a desvalorização do dólar frente ao real favorece as importações e, consequentemente, desestimula a indústria local. "O crescimento da indústria está ocorrendo de forma descompassada. Esses setores não estão acompanhando o crescimento da indústria de consumo e, caso essa situação persista por muito tempo, vamos ter problemas com a oferta de produtos", diz Sandra.

Em outubro, a produção de bens de capital e de bens intermediários caiu 1,6% e 0,2%, respectivamente, acumulando nos últimos dois meses perdas de 2,7% e 2,3%. Já a produção de bens de consumo cresceu 1,4%, com destaque para os bens duráveis, com expansão de 3,2%.

Para 2007, a expectativa dos especialistas é de aumento na produção industrial, impulsionada pela melhora na renda da população e pela queda nas taxas de juros. "O resultado, no entanto, ainda deve ficar muito longe do ideal. A média de crescimento do Produto Interno Bruto nos países emergentes é de 6%, enquanto no Brasil deve ficar em torno de 3,7%", afirma Oreng.

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