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Produção de veículos tem alta acumulada de 12% até maio

Nos primeiros cinco meses do ano, foram produzidos 848.976 veículos no Brasil. O volume é 12% maior que as 757.691 unidades fabricadas em igual período do ano passado. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o resultado está em linha com as projeções de crescimento para este ano. "Estamos perto das expectativas […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h19.

Nos primeiros cinco meses do ano, foram produzidos 848.976 veículos no Brasil. O volume é 12% maior que as 757.691 unidades fabricadas em igual período do ano passado. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o resultado está em linha com as projeções de crescimento para este ano. "Estamos perto das expectativas para 2004", afirmou o presidente da entidade, Rogelio Golfarb.

O principal indicador, segundo ele, é a produção média diária. Com 104 dias úteis entre janeiro e maio deste ano, foram fabricados, em média, 8,2 mil veículos por dia. O volume é 9,9% superior à media de 7,4 mil unidades dos cinco primeiros meses de 2003, quando houve 102 dias úteis.

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Em volume, o aumento da produção foi puxada pelos veículos leves (de passeio e comerciais leves), cuja produção atingiu 797.089 unidades, com alta de 11,6% sobre 2003. O maior aumento percentual, porém, coube aos caminhões (24,9%), passando de 32.723 unidades para 40.869. Já a produção de ônibus subiu apenas 2%, para 11.018. Outro destaque foram as máquinas agrícolas automotrizes, cuja produção cresceu 24,4% no período e atingiu 26.438 unidades. Segundo Golfarb, tanto os caminhões, quanto as máquinas agrícolas, refletem a forte expansão do setor agropecuário brasileiro.

Vendas

As vendas no mercado interno, medidas pelo número de licenciamentos, subiu 7,9% de janeiro a maio, e atingiu 596.160 unidades (sem contar os importados). Ao mesmo tempo, a importação baixou 32,6%, para 23.226 unidades. Para Golfarb, o aumento das vendas refletiu o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro trimestre, o PIB aumentou 1,6% sobre o último trimestre de 2003 e 2,7% sobre os três primeiros meses do ano passado.

As exportações de veículos aumentaram 4,9%, para 215.413 unidades nos primeiros cinco meses. Já as de máquinas agrícolas subiram 74,9% e somaram 12.420 unidades. Em valores, veículos e máquinas agrícolas geraram 2,909 bilhões de dólares.A cifra é 57,1% maior que os 1,852 bilhão dos cinco primeiros meses de 2003. Golfarb explica que não houve abertura de novos mercados internacionais e sim incremento de vendas nos destinos tradicionais, como a Argentina.

Reunião com siderúrgicas

O presidente da Anfavea também afirmou que as negociações para conter a alta de preços do aço estão em andamento. O principal pleito da entidade é que as siderúrgicas deixem de vincular os preços praticados no mercado interno com a cotação internacional. A associação integra o grupo dos dez setores que mais compram o material. Eles se reuniram, na terça-feira (1º/6), com representantes do governo e das siderúrgicas para discutir a questão.

Participaram do encontro o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan e representantes do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). Referindo-se à cotação dos produtos siderúrgicos, o presidente da Anfavea afirmou que "é preciso descolar o mercado doméstico do mercado internacional". Segundo ele, a prática gera grande descompasso entre o ritmo de aumento dos insumos das montadoras e o poder de compra da população brasileira. "Nós não podemos dolarizar nossos carros", disse Golfarb.

Entre janeiro de 2002 e abril de 2004, o preço do aço subiu 86% para as montadoras, enquanto os veículos, na tabela, foram reajustados em 41%, abaixo do IGP-M do período (42%). Para Golfarb, a situação se agrava quando se nota que, nos contratos de venda ao consumidor final, o preço praticado subiu 27%, menos que na tabela. A diferença vem das promoções de montadoras e revendedores, além do poder de negociação do consumidor final, que cada vez mais exige descontos para fechar concluir a aquisição.

Livre negociação

Uma nova reunião entre governo, produtores e consumidores de aço está prevista para o final de junho. Antes disso, é possível que os dez setores que representam os compradores reúnam-se, em separado, com o governo e as siderúrgicas. Segundo Golfarb, a Anfavea não está pedindo a intervenção governamental para controlar preços. "Somos favoráveis à obtenção de um acordo negociado entre compradores e siderúrgicas", disse. Além de desvincular o preço interno do externo, a associação propõe que, nos momentos em que o preço internacional do aço cair, a redução seja repassada para as montadoras.

Golfarb admite que isso soa a uma dolarização às avessas do preço do aço, isto é, a cotação internacional só serviria de parâmetro em caso de queda dos valores. "O que gostaríamos é que, daqui para a frente, o insumo não subisse mais, porque já aumentou o suficiente", disse.

Importação

A redução das tarifas de importação para o aço também foi mencionada no encontro de terça-feira, em Brasília. Golfarb afirma, porém, que a proposta ainda não é defendida com veemência pelos consumidores, porque espera-se que outros mecanismos de compensação do reajuste do aço sejam encontrados. "A redução de tarifas será defendida somente em último caso", disse.

No fundo, a proposta esbarra num problema político: o Mercosul, que impõem tarifas comuns de importação. Para permitir que as montadoras tragam aço de outros países, o governo precisaria convencer seus parceiros do Cone Sul a também baixar suas tarifas. Atualmente, a alíquota média de importação de aços especiais fica entre 12,5% e 15%. Somando-se frete e outros impostos, as montadoras pagariam 32% mais pelo aço importado. "Aí está o problema", afirmou Golfarb.

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