Prévia da inflação de junho tem leve alta de 0,02%, aponta IBGE
IPCA-15 teve leve alta após baixa de 0,59 por cento no mês anterior
Reuters
Publicado em 25 de junho de 2020 às 09h21.
Última atualização em 25 de junho de 2020 às 10h39.
A prévia da inflação oficial brasileira ficou praticamente estável em junho após recuo no mês anterior, sob pressão dos alimentos para consumo em casa e ainda sob os efeitos das medidas de contenção ao coronavírus pelo país.
Ainda assim, o dado divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o mais fraco para o mês desde 2006, quando a taxa foi de -0,15%.
Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 1,92%, contra 1,96% no mês anterior, mas ainda abaixo do piso da meta de inflação para este ano -- 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuo de 0,08% na variação mensal, acumulando em 12 meses ganho de 1,85%.
A demanda no Brasil vem sendo afetada pelas medidas de contenção à pandemia de Covid-19, tanto pelo isolamento que vem mantendo as pessoas em casa quanto pelas perdas de emprego e renda.
O índice mostrou que o grupo com maior impacto positivo foi de Alimentação e Bebidas, com alta de 0,47% no mês. Esse resultado foi influenciado principalmente pelos alimentos para consumo em domicílio, que subiram 0,56% em junho.
Os preços da batata-inglesa subiram 16,84%, enquanto as carnes tiveram alta de 1,08%, a cebola de 14,05% e o feijão-carioca de 9,38%. A maior variação positiva entretanto, veio do grupo Artigos de residência, ao acelerar o avanço a 1,36% de 0,45% em maio.
Na outra ponta, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram deflação. O destaque foi o recuo de 26,08% no preço das passagens aéreas, levando o grupo dos Transportes a registrar queda de 0,71% em junho, representando o maior impacto negativo.
Ainda dentro do grupo de Transportes, os combustíveis caíram pelo quarto mês seguido em junho, a uma taxa de -0,34%. A gasolina teve variação negativa de 0,17%, depois de cair 8,51% em maio.
Nesta quinta-feira, o Banco Central piorou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 a uma retração de 6,4%, ante crescimento zero calculado em março, refletindo o impacto profundo da crise com o coronavírus na atividade.
Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,75 ponto, à nova mínima histórica de 2,25% ao ano, ao mesmo tempo em que deixou aberta a porta para nova redução, condicionada à avaliação do cenário.
A pesquisa Focus mais recente realizada pelo BC com economistas mostra que a expectativa é de a inflação termine este ano a 1,61% e que a economia encolha 6,50%.