Presidente do Fed diz que taxas de juros estão perto de nível neutro
O principal dirigente do banco central dos EUA reconheceu que a gradual alta das taxas de juros "foi um exercício de equilíbrio de riscos"
EFE
Publicado em 28 de novembro de 2018 às 20h03.
Nova York - O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou nesta quarta-feira, 28, que as taxas de juros nos Estados Unidos estão perto de um nível neutro e, embora tenha se mostrado otimista sobre a economia do país, ressaltou que o banco central não segue um "caminho predeterminado" para as suas decisões de política monetária.
Em discurso no Economic Club of New York, bem recebidos pelos mercados, Powell disse que os juros "ainda estão em um patamar mínimo histórico" e se mantêm "logo abaixo" da categoria "que seria considerada neutra para a economia, ou seja, que não acelera, nem diminui o crescimento".
Powell previu que a economia americana terá um "crescimento contínuo e sólido, baixo desemprego e uma inflação próxima de 2%", panorama que "agrada muito" a um Federal Reserve ciente de que "as coisas às vezes acabam sendo muito diferentes das previsões mais cuidadosas".
O principal dirigente do banco central dos EUA reconheceu que a gradual alta das taxas de juros "foi um exercício de equilíbrio de riscos".
"Sabemos que avançar rápido demais representaria o risco de encurtar a expansão econômica. Também sabemos que avançar devagar demais - manter os juros muito baixos durante muito tempo - poderia provocar outras distorções em forma de uma inflação mais alta ou desequilíbrios financeiros desestabilizadores", explicou.
Além disso, Powell advertiu que os efeitos das altas são "incertos" e podem demorar "um ano ou mais" para serem refletidos na economia, e por isso, apesar de as projeções do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) se basearem na melhor "análise", o banco central não segue "um caminho predeterminado" nas suas políticas.
No começo de outubro, Powell afirmou que os juros estavam "muito longe" do nível neutro, comentário que gerou instabilidade no mercado de ações, que espera o anúncio de um novo aumento após a última reunião do ano, em 18 e 19 de dezembro.