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Presidente do BB considera "simpática" a venda de ações

"Lucro continua sendo imperativo", diz Casseb

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h17.

O novo presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb Lima, afirmou hoje ser favorável à pulverização de capital da empresa. "A operação me é muito simpática, mas temos de aguardar o momento certo. Precisamos fazer uma avaliação técnica", disse o executivo, que tomou posse nesta quarta-feira (29/1). "O Banco do Brasil tem de caminhar na direção da transparência, do Novo Mercado."

A pulverização de nova fatia do capital do BB, de 17,8% (hoje de propriedade do governo federal), foi concebida na gestão anterior, de Eduardo Guimarães. A última data prevista para a venda foi 17 de dezembro. A falta de interesse dos investidores levou ao cancelamento da operação.

Casseb não vê problemas em atender aos interesses dos acionistas do BB e, ao mesmo tempo, às demandas sociais do País. "O lucro continua sendo imperativo. Meu avô era turco. Se eu descuidar de lucro e custos, ele vem puxar meu p", afirmou. O novo presidente disse achar "inteligente" o modo como o maior banco do país cumpre sua função social e, ao mesmo tempo, mantém-se competitivo.

Ele prometeu ação agressiva na disputa de clientes com os bancos privados. "Se o mercado crescer, vamos crescer junto. Se o mercado não crescer, vamos crescer tomando dos outros. Estamos aqui para competir."

O executivo resumiu em quatro fatores sua receita para o crescimento: desenvolvimento tecnológico, aproveitamento das vantagens diferenciais em relação aos outros bancos (como o número de agências), o investimento em áreas nas quais o BB ainda pode crescer muito (como mercado corporativos), e em recursos humanos. "É na política de RH, acima de qualquer coisa, que encontraremos o desenvolvimento deste banco", afirmou.

Este último, por sinal, foi o ponto no qual Casseb mais insistiu, tanto em seu discurso quanto na entrevista coletiva que se seguiu à cerimônia. "O nome do jogo é gente", afirmou. "No passado, o papel da administração era mandar. Depois, evoluiu para liderar. Agora, é compatibilizar os objetivos da empresa com os objetivos das pessoas. Se colocarmos as pessoas certas nos lugares certos, elas se superam e a empresa se supera", disse ele. "Antes, o fator gente era diferencial entre as empresas. Hoje, é fator fundamental." A Confederação Nacional dos Bancários já entregou à Casseb propostas para a gestão de RH do Banco do Brasil.

O executivo previu também uma expansão do mercado de produtos de previdência no futuro próximo. "Previdência é um mercado que vai crescer adoidado nos próximos anos. O Brasil está engatinhando", disse Casseb ao lembrar que a reforma da Previdência aumentaria muito a demanda por produtos diferenciados.

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