Prefeito do Rio recorre a Lula em busca de uma solução para a queda de passageiros no Galeão
Em busca de resolver o esvaziamento do Galeão, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, recorreu diretamente ao presidente, que teria prometido estudar o assunto, dizem fontes
Agência de notícias
Publicado em 9 de junho de 2023 às 08h57.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, recorreu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para buscar uma solução definitiva para a queda na oferta de voos e no fluxo de passageiros do Aeroporto Internacional do Galeão, na Zona Norte da capital. Segundo fontes a par da conversa que os dois tiveram, o prefeito cobrou de Lula uma solução e ouviu a promessa de estudar o assunto.
Procurado ontem pelo GLOBO, Paes não retornou, mas usou as redes sociais para mais uma vez cobrar uma solução para o Galeão. Em publicação nas redes sociais, Paes fez uma paródia, em tom de brincadeira, com os chatbots baseados em inteligência artificial, como o ChatGPT, para listar e reforçar argumentos em favor da revitalização do Galeão e da importância dele para a economia da cidade e do Estado do Rio.
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Ele repetiu que o fraco movimento no aeroporto internacional diminui empregos e renda.
Nos bastidores, o prefeito aposta no contato direto com Lula na tentativa de acelerar a construção de uma saída. Paes insiste na defesa da limitação da oferta de voos no Aeroporto Santos Dumont como solução. A ideia seria deixar o terminal no Centro dedicado apenas à ponta aérea Rio-São Paulo e aos voos para Brasília.
Em abril, Paes e o governador do Rio, Cláudio Castro, reuniram-se com representantes do governo federal para tratar dos terminais aéreos do estado, mas até agora nenhuma decisão foi tomada.
Limite no Santos Dumont
“Resolvi tratar aqui do absurdo que foi iniciado no governo (Jair) Bolsonaro”, diz um trecho da publicação de Paes no Twitter, referindo-se à decisão da Infraero de aumentar a movimentação no Santos Dumont nos últimos anos.
O prefeito afirma, logo em seguida, que o problema “certamente” será revolvido por Lula e pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, marcando os perfis dos dois na postagem.
O Galeão chegou a embarcar 17 milhões de passageiros em 2014, mas terminou o ano passado com quase 6 milhões. A previsão para este ano é chegar a 7,2 milhões, de acordo com a RIOgaleão, concessionária que administra o aeroporto desde 2014 e é controlada pela Changi, de Cingapura, a maior do mundo no setor.
O Santos Dumont teve fluxo de pouco mais de 10 milhões de passageiros no ano passado, acima do nível de 9,2 milhões de 2013 e da capacidade máxima prevista até então de 9,9 milhões ao ano.
Diante da fraca demanda do Galeão, a Changi pediu para devolver a concessão à União em fevereiro de 2022. Um ano depois, afirmou que, caso as condições econômico-financeiras do contrato fossem revistas, poderia continuar gerindo o aeroporto.
O tema foi tratado na reunião de abril com Paes e Castro, mas o governo resolveu questionar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a possibilidade de a Changi voltar atrás na devolução da concessão. Na semana passada, o ministro Vital do Rêgo, relator na consulta no TCU, disse ao GLOBO que pretendia oferecer uma solução ao plenário da Corte o mais breve possível.
Segundo especialistas, a ociosidade do Galeão seria resultado de uma combinação de fatores, da perda de dinamismo da economia fluminense à reorganização dos voos pelas companhias aéreas no pós-pandemia, focando em aeroportos mais movimentados e de maior capacidade de distribuição de passageiros em conexões. A maior oferta de voos no Santos Dumont acaba tirando atratividade do Galeão.
Samba carioca para SP
O post de ontem de Paes cita indiretamente o problema das conexões, ao usar como ilustração uma referência ao recente lançamento de um voo da britânica Virgin Atlantic para o Brasil. A empresa decidiu voar de Londres para Guarulhos e não para o Galeão.
Na campanha de divulgação do lançamento, a Virgin escalou a atriz Juliana Paes, uma das estrelas do carnaval carioca, o mais famoso do país no exterior, para surgir como passista num avião da companhia, como relatou a coluna Capital, do GLOBO