Exame Logo

PORTO ALEGRE - 2º Lugar

Volta por cima

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

A perda da Ford para Camaçari, na Bahia, deixou um gosto amargo para os gaúchos que vivem na região de Porto Alegre. A sensação de derrota, porém, vem sendo amenizada pelo anúncio de novos investimentos. Entre 2001 e 2002, mais de 1,8 bilhão de dólares foram injetados na economia da área metropolitana da capital gaúcha.

A entrada de dinheiro novo, somada a outras conquistas recentes, como a consolidação da rede hoteleira (desde 1997 até este ano, foram abertos 25 novos hotéis e outros quatro estão em construção) e a inauguração do mais moderno aeroporto do país, com lojas e cinemas que funcionam 24 horas, ajuda a explicar por que Porto Alegre recuperou rapidamente as três posições perdidas na última pesquisa e reconquistou o segundo lugar entre as melhores cidades para fazer negócios.

Veja também

Uma das capitais com melhor qualidade de vida do país, Porto Alegre tem 45% dos domicílios urbanos nas classes A e B, o que garante uma das mais altas taxas de consumo anual per capita do país: 4 376 dólares. Esse tem sido um fator de atração de investimentos, sobretudo na área de serviços. As velhas paredes da antiga cervejaria Brahma, erguidas em 1914 perto do centro da cidade, por exemplo, estão recebendo investimentos de 40 milhões de reais do grupo paranaense Porto Shop. Vão abrigar, a partir de abril do próximo ano, as 450 lojas do shopping Total. "Em 100 dias, comercializamos 90% dos espaços", diz Eduardo Oltramari, diretor da Porto Shop.

Em 2003, começam as obras de outros dois shopping centers, que vão consumir 150 milhões de reais cada uma: o Belvedere, do grupo gaúcho Condor, e o Cristal Shopping, da Multiplan e Bozano, Simonsen. Juntamente com esses novos empreendimentos, chegam redes de livraria, como a paranaense Curitiba e a paulistana Cultura. Ambas ambicionam conquistar o público que mais lê no país: dois livros por ano, o dobro da média nacional. Cadeias de cinema, como a Unibanco Arteplex, também vêm em busca de um espectador que compra por ano quatro vezes mais ingressos que a média brasileira.

Os novos empreendimentos abrirão suas portas numa metrópole mais moderna e dinâmica. Desde agosto deste ano, o comércio local funciona aos domingos. O Fórum Mundial Social ajudou a trazer para Porto Alegre um fluxo de turistas antes inexistente. Para janeiro do próximo ano, data da terceira edição do evento, são esperados 100 000 visitantes -- a maioria estrangeiros. Desde 1999, o porto da capital vem sendo reativado. Marcopolo, Gerdau, Avipal e Doux Frangosul estão, hoje, entre os maiores usuários. A Doux já embarcou mais de 20 navios em Porto Alegre desde 2000. "Reduzimos pela metade a distância entre as unidades de produção e o porto", diz José Augusto Lima de Sá, presidente da Doux.

Nos próximos anos, os investimentos devem se concentrar na área de tecnologia, especialmente microeletrônica, impulsionados pelo Centro de Excelência Ibero-Americano em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), que começa a funcionar no início de 2004 e fará de Porto Alegre um dos poucos lugares do mundo a desenvolver protótipos de chips. No ano que vem, um centro de tecnologia da Microsoft será instalado na cidade. Na região metropolitana, um dos maiores projetos em andamento é a ampliação da Refinaria Alberto Pasqualini, orçada em 650 milhões de dólares. A Klabin Riocell também está retomando seu projeto de duplicação, que deve consumir 400 milhões de dólares até 2005.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame