São Paulo - O que torna uma cidade global? Um dos elementos é o "soft power": a capacidade de influenciar baseada não na força, mas em valores e persuasão. Isso nunca foi tão importante quanto hoje, quando atrair
talentos se tornou um dos maiores diferenciais na produção econômica. É o que diz o recente relatório "Cidades globais, talentos globais", da consultoria
Deloitte , que parte de uma lista de cidades feita pela revista The Atlantic". Ele tem dois pilares centrais. Um deles é a rede do mundo dos negócios, analisada com base em dados da BoardEx que permitiram acompanhar o movimento de 50 mil executivos e líderes do setor público de 40 mil organizações em 160 países. O outro é a capacidade de criar e manter empregos intensivos em conhecimento, especialmente diante de uma
Quarta Revolução Industrial marcada por automação massiva e necessidade de adaptação constante. Veja quais são as 7 principais cidades globais do planeta e por que:
2. Londres, Reino Unido 2 /9(Chris Jackson/Getty Images)
Londres é "a mais global das cidades globais", diz o relatório, considerando como critério a rede de executivos que estudam ou trabalham lá (ou já o fizeram no passado) com 95 nacionalidades e alcance de 134 países. Estas pessoas foram atraídas pela "força dos seus negócios financeiros, a qualidade das suas universidades e a vitalidade de sua cena criativa e de startups digitais" - que podem ser
prejudicadas por uma possível saída da União Europeia. O lado obscuro desse sucesso, também presente em outras cidades globais, é a disparada no
custo de vida que gera coisas como uma vaga de estacionamento
à venda pela bagatela de R$ 1,8 milhão.
Empregos intensivos em conhecimento | |
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Em número absoluto | 1,7 milhão |
Crescimento nos últimos 3 anos | 16% |
Em % do total | 30,6% |
3. Nova York, Estados Unidos 3 /9(Wikimedia Commons/AngMoKio)
"Para terem um sucesso sustentável, as cidades precisam competir pelo grande prêmio: capital intelectual e talento". A frase de
Michael Bloomberg , prefeito de
Nova York entre 2002 e 2013, explica porque a cidade aparece tão alto neste tipo de ranking. A rede de executivos que estudam ou trabalham lá (ou já o fizeram no passado) atinge 87 nacionalidades e 120 países. Este rede foi criada e sustentada com crescimento econômico, inovação constante e diversidade em todos os sentidos.
Empregos intensivos em conhecimento | |
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Em número absoluto | 1,1 milhão |
Crescimento nos últimos 3 anos | -0,4% |
Em % do total | 27% |
4. Paris, França 4 /9(Wikimedia Commons)
Paris é 3º lugar no quesito de redes que vão mais longe: gente de 71 nacionalidades e 108 países já estudaram ou trabalharam no país (ou estão lá no momento). 10,5% são mulheres, mesma proporção de Londres. A cidade também é uma das
líderes de consumo de luxo e
está na vanguarda ecológica.
Empregos intensivos em conhecimento | |
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Em número absoluto | 627 mil |
Crescimento nos últimos 3 anos | 4,6% |
Em % do total | 32,7% |
5. Hong Kong 5 /9(Thinkstock)
A rede de executivos com passagem ou residência em
Hong Kong não é tão diversa (39 nacionalidades e 79 países), mas o país compensa com uma posição bem alta em vários outros rankings internacionais. O país é lider mundial em
infraestrutura , com destaque para seu excelente aeroporto, além de ser um dos
primeiros lugares em competitividade, desenvolvimento e segurança. Seu desafio agora é inovar mais.
Empregos intensivos em conhecimento | |
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Em número absoluto | 769 mil |
Crescimento nos últimos 3 anos | 1,4% |
Em % do total | 19,8% |
6. Singapura 6 /9(Thinkstock)
7. Tóquio, Japão 7 /9(Thinckstock)
Com base na lista de quem trabalha ou estuda em determinada cidade (ou já o fez no passado), a Deloitte analisou também os graus de separação entre eles. Das 7 cidades globais,
Tóquio tem uma das redes menos cosmopolitas (31 nacionalidades e 55 países), mas ainda assim é possível chegar de qualquer executivo da lista até qualquer outro com apenas 3 pulos. Outro ponto negativo é o da inclusão feminina,
grande problema da economia japonesa. Apenas 2,2% da lista executiva de Tóquio é de mulheres, enquanto todas as outras 6 cidades estão acima dos 10% neste quesito. Tóquio não tem disponíveis os números relacionados a empregos intensivos em conhecimento.
8. Sydney, Austrália 8 /9(Ian Waldie/Getty Images)
Sydney, na
Austrália , tem a menor rede de executivos: 19 nacionalidades que se espalham por 57 países em 1,91 "graus de separação". Em outras palavras: todo mundo é "amigo de um amigo". Outro destaque em relação às outras cidades é a liderança na proporção de mulheres executivas, ainda que seja pequena (12,3%).
Empregos intensivos em conhecimento | |
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Em número absoluto | 607 mil |
Crescimento nos últimos 3 anos | 6,6% |
Em % do total | 24,6% |
9 /9(Germano Lüders/EXAME)