Por que é tão difícil colocar preço nos maiores diamantes?
Quando as mineradoras desenterram os maiores e mais raros diamantes do mundo, descobrir o valor correto deles pode ser tão difícil quanto encontrá-los
Da Redação
Publicado em 24 de dezembro de 2015 às 09h33.
Quando as mineradoras desenterram os maiores e mais raros diamantes do mundo -- como a pedra de 357 quilates do tamanho de uma bola de golfe encontrada neste ano no Reino de Lesoto, na África meridional --, descobrir o valor correto deles pode ser tão difícil quanto encontrá-los.
A Gem Diamonds Ltd., especializada em desenterrar pedras que apenas uns poucos bilionários estão dispostos a comprar, vem adotando medidas pouco comuns para enfrentar esse dilema.
A proprietária de minas com sede em Londres está replicando em pequena escala o que normalmente fazem os intermediários.
A empresa está cortando, lapidando e revendendo alguns diamantes para ter uma noção melhor de como anda o mercado das maiores pedras do mundo.
Em setembro, a empresa conseguiu a maior venda da história quando sua cobiçada descoberta de Lesoto alcançou um preço de US$ 19,3 milhões.
“Não existe nenhum tipo de avaliação precisa dessas pedras”, disse Brandon de Bruin, chefe de vendas da Gem Diamonds, em entrevista em Antuérpia, centro do comércio mundial de diamantes.
Das centenas de milhões de diamantes extraídos na última década, apenas cerca de uma dúzia tinha mais de 250 quilates, segundo uma análise da Bloomberg de declarações corporativas.
Eles são tão raros que as mineradoras nem sempre sabem se estão fazendo o melhor negócio.
Como as grandes pedras que são as preferidas dos super-ricos mantiveram seu valor durante a queda dos preços das gemas menores e mais comuns, as produtoras têm um incentivo ainda maior para obter o melhor preço possível para suas grandes descobertas.
A Lucara Diamond Corp., que no mês passado descobriu a segunda maior pedra da história, ainda não colocou preço em uma gema de 1.111 quilates do tamanho de uma bola de tênis que os analistas dizem que poderia chegar a valer US$ 60 milhões.
Tradição do mercado
As mineradoras normalmente vendem suas descobertas diretamente a empresas que cortam as pedras em pedaços menores, que são lapidados e vendidos a atacadistas e joalherias.
Embora a abundância de variedades comuns no mercado global de US$ 80 bilhões ofereça referências suficientes para precificar gemas pequenas, aquelas de tamanho gigantesco representam um desafio porque as mineradoras normalmente não empregam seus próprios cortadores e não sabem qual será o custo de convertê-las em diamantes polidos.
A Gem Diamonds, que na última década descobriu quatro dos 20 maiores diamantes brancos com qualidade de gema, está tentando mudar essa dinâmica. A empresa vem fazendo experimentos cortando e lapidando uma pequena quantidade de sua própria produção para analisar melhor o processo de transformação das rochas cinzas e irregulares em produtos perfeitos prontos para as joalheiras.
A experiência ajudou a determinar o valor da pedra de 357 quilates encontrada em sua mina Letseng, na África meridional, no início deste ano.
Pequena escala
Nos últimos três anos, a Gem Diamonds enviou dezenas de suas pedras a um laboratório localizado em frente a seu escritório de vendas em Antuérpia, de forma que funcionários da própria empresa possam cortar e lapidar as faces individuais para produzir um item que deveria ser vendido por cerca de 25 por cento a mais do que a pedra original bruta, segundo De Bruin.
Apesar de algumas rochas terem sido cortadas internamente porque a empresa não estava satisfeita com os preços oferecidos pelos atacadistas, a Gem Diamonds não quer expandir a operação para gerenciar toda sua produção mineira, disse De Bruin.
Deseja apenas uma pequena unidade para entender melhor o mercado de pedras maiores e mais raras, já que está produzindo uma quantidade maior delas.
Os proprietários de minas preferem lidar com as pedras brutas porque elas são mais fáceis de vender rapidamente.
Os cortadores às vezes ficam com diamantes parados durante alguns anos enquanto não encontram um comprador disposto a pagar o preço certo.
A Gem Diamonds disse que vendeu 13 gemas brutas de sua mina Letseng no terceiro trimestre por mais de US$ 1 milhão cada.
Quando as mineradoras desenterram os maiores e mais raros diamantes do mundo -- como a pedra de 357 quilates do tamanho de uma bola de golfe encontrada neste ano no Reino de Lesoto, na África meridional --, descobrir o valor correto deles pode ser tão difícil quanto encontrá-los.
A Gem Diamonds Ltd., especializada em desenterrar pedras que apenas uns poucos bilionários estão dispostos a comprar, vem adotando medidas pouco comuns para enfrentar esse dilema.
A proprietária de minas com sede em Londres está replicando em pequena escala o que normalmente fazem os intermediários.
A empresa está cortando, lapidando e revendendo alguns diamantes para ter uma noção melhor de como anda o mercado das maiores pedras do mundo.
Em setembro, a empresa conseguiu a maior venda da história quando sua cobiçada descoberta de Lesoto alcançou um preço de US$ 19,3 milhões.
“Não existe nenhum tipo de avaliação precisa dessas pedras”, disse Brandon de Bruin, chefe de vendas da Gem Diamonds, em entrevista em Antuérpia, centro do comércio mundial de diamantes.
Das centenas de milhões de diamantes extraídos na última década, apenas cerca de uma dúzia tinha mais de 250 quilates, segundo uma análise da Bloomberg de declarações corporativas.
Eles são tão raros que as mineradoras nem sempre sabem se estão fazendo o melhor negócio.
Como as grandes pedras que são as preferidas dos super-ricos mantiveram seu valor durante a queda dos preços das gemas menores e mais comuns, as produtoras têm um incentivo ainda maior para obter o melhor preço possível para suas grandes descobertas.
A Lucara Diamond Corp., que no mês passado descobriu a segunda maior pedra da história, ainda não colocou preço em uma gema de 1.111 quilates do tamanho de uma bola de tênis que os analistas dizem que poderia chegar a valer US$ 60 milhões.
Tradição do mercado
As mineradoras normalmente vendem suas descobertas diretamente a empresas que cortam as pedras em pedaços menores, que são lapidados e vendidos a atacadistas e joalherias.
Embora a abundância de variedades comuns no mercado global de US$ 80 bilhões ofereça referências suficientes para precificar gemas pequenas, aquelas de tamanho gigantesco representam um desafio porque as mineradoras normalmente não empregam seus próprios cortadores e não sabem qual será o custo de convertê-las em diamantes polidos.
A Gem Diamonds, que na última década descobriu quatro dos 20 maiores diamantes brancos com qualidade de gema, está tentando mudar essa dinâmica. A empresa vem fazendo experimentos cortando e lapidando uma pequena quantidade de sua própria produção para analisar melhor o processo de transformação das rochas cinzas e irregulares em produtos perfeitos prontos para as joalheiras.
A experiência ajudou a determinar o valor da pedra de 357 quilates encontrada em sua mina Letseng, na África meridional, no início deste ano.
Pequena escala
Nos últimos três anos, a Gem Diamonds enviou dezenas de suas pedras a um laboratório localizado em frente a seu escritório de vendas em Antuérpia, de forma que funcionários da própria empresa possam cortar e lapidar as faces individuais para produzir um item que deveria ser vendido por cerca de 25 por cento a mais do que a pedra original bruta, segundo De Bruin.
Apesar de algumas rochas terem sido cortadas internamente porque a empresa não estava satisfeita com os preços oferecidos pelos atacadistas, a Gem Diamonds não quer expandir a operação para gerenciar toda sua produção mineira, disse De Bruin.
Deseja apenas uma pequena unidade para entender melhor o mercado de pedras maiores e mais raras, já que está produzindo uma quantidade maior delas.
Os proprietários de minas preferem lidar com as pedras brutas porque elas são mais fáceis de vender rapidamente.
Os cortadores às vezes ficam com diamantes parados durante alguns anos enquanto não encontram um comprador disposto a pagar o preço certo.
A Gem Diamonds disse que vendeu 13 gemas brutas de sua mina Letseng no terceiro trimestre por mais de US$ 1 milhão cada.