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Política monetária está ficando mais eficaz, diz Draghi

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, comentou que a virada da crise foi na reunião de cúpula realizada em junho de 2012

Mario Draghi: "A estratégia de recuperação está sendo e deve continuar sendo executada com compromisso e perseverança" (REUTERS/Lisi Niesner)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 16h04.

Paris - O presidente do Banco Central Europeu ( BCE ), Mario Draghi, disse hoje que, embora a crise da zona do euro ainda não tenha acabado, o progresso feito no sistema financeiro está tornando a política monetária mais eficaz.

Draghi, que falou no Instituto de Ciências Políticas de Paris, comentou que a virada da crise foi na reunião de cúpula realizada em junho de 2012, quando líderes europeus decidiram sobre uma estratégia de recuperação baseada na criação de uma união bancária.

"A crise não acabou", disse Draghi. "A estratégia de recuperação está sendo e deve continuar sendo executada com compromisso e perseverança", acrescentou.

Para Draghi, a crise foi prolongada por uma sequência errada de respostas da política monetária. Ele, no entanto, prevê que a política monetária reconquistará a influência ao longo do ciclo econômico.

Draghi afirmou ainda que, à medida que a fragmentação financeira continuou diminuindo em resposta ao anúncio do programa de compra de bônus do BCE - conhecido como Operações Monetárias Completas (OMT, na sigla em inglês) - e à desalavancagem e reestruturação dos bancos da zona do euro, a política monetária ficou mais eficiente.

"Já estamos vendo evidências desse processo", disse Draghi. "As taxas de depósito da área do euro estão convergindo para nossa taxa básica. E os bancos que estão mais adiantados no ajuste de seus balanços estão mais aptos a refletir nosso impulso de política em seus volumes e taxa de empréstimos."

Draghi também reiterou a política de diretriz futura do BCE, que indica que as principais taxas de juros vão permanecer nos níveis atuais ou mais baixos por um período de tempo prolongado. Ele acrescentou que as taxas vão continuar baixas mesmo que a inflação da zona do euro venham a se acelerar.

A política de diretrizes, segundo Draghi, "sustenta a economia hoje ao guiar as expectativas para o futuro. Em particular, nossa diretriz futura implica que as taxas de juros de curto prazo, que são negativas atualmente, ficarão ainda mais negativas no futuro previsível".

"Isso porque nossas taxas vão continuar baixas ou mais baixas em termos nominais, enquanto a projeção para a inflação é de alta gradual", disse Draghi.

"Consequentemente, as expectativas de taxas reais de curto prazo mais baixas estão refletidas no nível das taxas reais de médio prazo, que são mais relevantes para as decisões de investimentos dos empresários. Desta forma, nossa diretriz sobre o nível das taxas amanhã, e depois de amanhã, sustenta o investimento hoje".

Draghi voltou a dizer também que o BCE fará o que for necessário para manter a estabilidade dos preços e que opções de medidas mais polêmicas, como programas de empréstimos para bancos e compras de ativos em larga escala, conhecidas como relaxamento quantitativo, continuam sobre a mesa. Fontes: Market News International e Dow Jones Newswires.

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Paris - O presidente do Banco Central Europeu ( BCE ), Mario Draghi, disse hoje que, embora a crise da zona do euro ainda não tenha acabado, o progresso feito no sistema financeiro está tornando a política monetária mais eficaz.

Draghi, que falou no Instituto de Ciências Políticas de Paris, comentou que a virada da crise foi na reunião de cúpula realizada em junho de 2012, quando líderes europeus decidiram sobre uma estratégia de recuperação baseada na criação de uma união bancária.

"A crise não acabou", disse Draghi. "A estratégia de recuperação está sendo e deve continuar sendo executada com compromisso e perseverança", acrescentou.

Para Draghi, a crise foi prolongada por uma sequência errada de respostas da política monetária. Ele, no entanto, prevê que a política monetária reconquistará a influência ao longo do ciclo econômico.

Draghi afirmou ainda que, à medida que a fragmentação financeira continuou diminuindo em resposta ao anúncio do programa de compra de bônus do BCE - conhecido como Operações Monetárias Completas (OMT, na sigla em inglês) - e à desalavancagem e reestruturação dos bancos da zona do euro, a política monetária ficou mais eficiente.

"Já estamos vendo evidências desse processo", disse Draghi. "As taxas de depósito da área do euro estão convergindo para nossa taxa básica. E os bancos que estão mais adiantados no ajuste de seus balanços estão mais aptos a refletir nosso impulso de política em seus volumes e taxa de empréstimos."

Draghi também reiterou a política de diretriz futura do BCE, que indica que as principais taxas de juros vão permanecer nos níveis atuais ou mais baixos por um período de tempo prolongado. Ele acrescentou que as taxas vão continuar baixas mesmo que a inflação da zona do euro venham a se acelerar.

A política de diretrizes, segundo Draghi, "sustenta a economia hoje ao guiar as expectativas para o futuro. Em particular, nossa diretriz futura implica que as taxas de juros de curto prazo, que são negativas atualmente, ficarão ainda mais negativas no futuro previsível".

"Isso porque nossas taxas vão continuar baixas ou mais baixas em termos nominais, enquanto a projeção para a inflação é de alta gradual", disse Draghi.

"Consequentemente, as expectativas de taxas reais de curto prazo mais baixas estão refletidas no nível das taxas reais de médio prazo, que são mais relevantes para as decisões de investimentos dos empresários. Desta forma, nossa diretriz sobre o nível das taxas amanhã, e depois de amanhã, sustenta o investimento hoje".

Draghi voltou a dizer também que o BCE fará o que for necessário para manter a estabilidade dos preços e que opções de medidas mais polêmicas, como programas de empréstimos para bancos e compras de ativos em larga escala, conhecidas como relaxamento quantitativo, continuam sobre a mesa. Fontes: Market News International e Dow Jones Newswires.

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