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Eleição de Azevêdo não favorecerá o Brasil para Pimentel

"Críticas ao Brasil são improcedentes e o Brasil nunca foi condenado pela OMC. O Brasil é um dos países que mais segue as normas da organização", diz Pimentel

Segundo Pimentel, chegada do brasileiro Roberto Azevêdo à direção do órgão não altera nada, já que ele não favorecerá o Brasil ou qualquer outro país porque tem de agir com imparcialidade (AFP / Fabrice Coffrini/AFP)
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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2013 às 17h56.

Brasília e Rio - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, disse que a eleição do embaixador Roberto Azevêdo para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) não muda nada para o Brasil em relação às críticas de protecionismo dirigidas ao país.

"As críticas ao Brasil são improcedentes e o Brasil nunca foi condenado pela OMC. O Brasil é um dos países que mais segue as normas da organização", declarou Pimentel ao deixar o Itamaraty, depois de participar de almoço com a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Egito, Mohamed Morsi.

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Para o ministro, "protecionismo é um conceito que é utilizado pelos países desenvolvidos quando querem entrar nos mercados dos outros países". E emendou: "nós já conhecemos este jogo e isso não nos atemoriza".

Segundo o ministro Pimentel, a chegada do brasileiro Roberto Azevêdo à direção do órgão não altera nada, já que ele não favorecerá o Brasil ou qualquer outro país porque tem de agir com imparcialidade. "Basicamente não muda na nada na OMC. O Roberto Azevedo será neutro porque será diretor geral da OMC, já que não poderá ter posição a favor ou contra nenhum país", declarou Pimentel.

Em sua primeira entrevista após ser eleito, Azevêdo fez um alerta sobre a "ameaça do protecionismo" e advertiu que a OMC precisa se atualizar para continuar relevante. Ele disse ainda que o protecionismo é "generalizado" e que vai lutar contra ele.

A presidente Dilma Rousseff não quis fazer comentários sobre a eleição de Azevêdo. No entanto, nesta quarta-feira ao ser questionada por jornalista sobre a eleição do brasileiro para a OMC, enquanto aguardava Morsi, fez sinal positivo com a mão.

Batalha

O ministro da Defesa e ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o processo de escolha de Azevêdo para a OMC foi "uma batalha".

"É bom comemorarmos no Dia da Vitória mais uma vitória do Brasil. Não foi uma guerra, mas foi uma batalha diplomática. Fui duas vezes ministro da OMC, fui ministro esses anos. Sabemos que é muito difícil. Acho que os países quiseram dizer que é, sim, uma organização para o livre comércio, mas também é uma organização para o desenvolvimento e por uma visão mais justa do comércio internacional", declarou Amorim.

O ministro participou no Rio de uma solenidade em comemoração pelo aniversário da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial.

Para o ministro, a vitória do Brasil é um indicativo dos países que votaram em Azevêdo em favor do multilateralismo comercial. "É um sinal de que o multilateralismo conta, quando se vê tanta gente dizendo que o Brasil devia estar fazendo acordos bilaterais. Tenho muito respeito pelo candidato que perdeu a eleição (o mexicano Hermínio Blanco, apoiado pelos Estados Unidos e pela Europa), mas ele simbolizava justamente esses acordos parciais e o Roberto Azevêdo simboliza em grande medida a dedicação do Brasil ao sistema multilateral", afirmou o ministro.

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