PIB soma R$ 1,9 trilhão em 2005 e torna Brasil 11ª economia mundial

O Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB), que cresceu 2,3% em 2005, somou 1,937 trilhão de reais no ano passado, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o Brasil alcança o posto de 11ª economia mundial e assume a liderança na América Latina, como mostra ranking elaborado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e atualizado pela Austin Ratings ( veja o ranking abaixo ).

Os quase 2 trilhões resultantes da soma de todas as riquezas produzidas em 2005 levaram o Brasil a sair da 15ªposição, que ostentou com o resultado de 2004, e ultrapassar Holanda, Austrália, México e a gigante emergente Índia. A situação é preliminar porque os dados do FMI são referentes à expectativa de crescimento dos países - o ranking final deve ser divulgado pelo fundo monetário depois de abril.

No total de 2005, os impostos sobre produtos responderam por 209,1 bilhões de reais. O resultado da agropecuária somou 145,8 bilhões de reais e teve queda de 8,7% em relação a 2004 (159,6 bilhões). Na participação do PIB brasileiro, o setor ficou com uma parcela de 8,4%, contra 10,1% em 2004. Indústria (com 690,6 bilhões de reais) e serviços (985,3 bilhões) mostraram alta de 40% e 57%, respectivamente. Da soma de todos esses valores, o IBGE faz um desconto referente a juros cobrados no sistema financeiro, sob a rubrica SIFIM (Serviços de Intermediação Financeira Indiretamente Medidos), para chegar ao Valor Adicionado de Preços Básicos. Em 2005, o IBGE apurou que este valor adicionado foi de 1,728 trilhão.

Quando analisada a demanda, o consumo das famílias teve 55,5% de participação no PIB, deixando 20,6% a investimento e 19,5% a consumo do governo.

As exportações perderam importância no ano passado e viram recuar sua contribuição de 18% em 2004 para16,8% no PIB, quando analisados os setores externo e interno. As importações também tiveram queda em 2005 frente ao ano anterior: de 13,4% para 12,4%. De acordo com o IBGE, o setor externo mostrou pior resultado em 2005 por conta da apreciação do real frente ao dólar.

Dividido pela população brasileira, o PIB resultou em um valor de 10520 reais em 2005. De acordo com o ranking atualizado pela Austin Ratings, o valor per capita eleva o Brasil da 76ª para a 72ª posição mundial no quesito.

Elevação no ranking

Tanto o PIB dividido pela população quando o valor total conseguiram melhorar a posição brasileira na lista das maiores economias, de acordo com a Austin, por conta da valorização do real diante do dólar, moeda na qual é feita a comparação entre países.Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin, o crescimento de 2,3% em 2005 não teria conseguido, sem a queda de 16,8% do dólar no ano, promover a escalada do PIB no ranking."O PIB em dólar não mostra a real qualidade da renda no país, a gente sabe. Ele esconde a deficiência do Brasil, que é um crescimento baixo e com renda concentrada", dizAgostini, que, no entanto,indica um ponto positivoda conversão:"Passa para o investidor estrangeiro uma situação da economia muito mais robusta".

Veja abaixo os rankings do FMI para os anos de 2004 e 2005:

*Ranking de 2005 atualizado pela Austin Ratings