Economia

PIB cresce 4,2% no 1º semestre, puxado por agropecuária e indústria

A alta é a maior desde a primeira metade de 2000, quando a taxa foi de 4,7%. Consumo das famílias subiu 3,1% de janeiro a junho

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h47.

O Produto Interno Bruto (PIB) fechou o primeiro semestre com crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período de 2003. Trata-se do melhor desempenho desde o primeiro semestre de 2000, quando o aumento foi de 4,7%. (Clique aqui e leia artigo de EXAME sobre os desafios que o Brasil enfrenta para continuar crescendo). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os três setores da economia cresceram. Mais uma vez, a agropecuária liderou a expansão, com alta de 5,7%, seguida pela indústria (4,7%). O setor de serviços cresceu 2,8%. O cálculo baseia-se na expansão do volume físico de bens e serviços produzidos no país nesse período.

Dos quatro subsetores que compõem a indústria, apenas o de extração mineral apresentou queda no primeiro semestre (-2,9%). Os demais registraram oscilação positiva: transformação (7,3%), construção civil (2%) e serviços industriais de utilidade pública (também 2%). Já no ramo de serviços, o subsetor de comunicações foi o único a apresentar retração (-1%). Os demais registraram os seguintes resultados positivos: comércio (7,6%), transportes (6,9%), instituições financeiras (3,6%), outros serviços (2,6%), administração pública (1,5%) e aluguéis (1,3%).

Acompanhando a expansão da atividade econômica, o consumo das famílias subiu 3,1% entre janeiro e junho, na comparação com igual período de 2003. Já a formação bruta de capital fixo (FBCF) apresentou seu maior crescimento desde 2001, acumulando alta de 6,8% no semestre.

Segundo trimestre

No segundo trimestre, o PIB a preços de mercado subiu 1,5% sobre os três primeiros meses do ano e 5,7% na comparação com o segundo trimestre de 2003. Em relação ao período de janeiro a março desse ano, o desempenho do setor de serviços liderou a expansão no segundo trimestre, com alta de 2,5%. Os setores de agropecuária e indústria apresentaram relativa estabilidade (-0,3% e +0,2%, respectivamente) nessa mesma comparação. A formação bruta de capital e a expansão do consumo das famílias cresceram, cada uma, 1,5% sobre o primeiro trimestre.

Em relação ao segundo trimestre de 2003, o incremento de 5,7% verificada em igual período deste ano foi puxado pela indústria, que cresceu 6,6%, seguido pela agropecuária (5%) e pelos serviços (4,4%). As famílias consumiram 5% mais no período comparado. Já a FBCF apresentou 11,7% de alta.

Expectativas

O desempenho do PIB dividiu as expectativas dos economistas. Embora o crescimento semestral tenha ficado acima de algumas projeções, o desempenho do segundo trimestre em relação aos primeiros três meses do ano foi inferior ao esperado. O banco Credit Suisse First Boston (CSFB), por exemplo, esperava alta de 2%, e o BES Investimentos, 2,8%. Já na comparação com o segundo trimestre de 2003, o resultado do IBGE foi um pouco maior que o projetado pelo grupo Sul América (5,4%).

Segundo o CSFB, a tendência é que os resultados dos próximos trimestres comecem a desacelerar. O primeiro motivo é que a economia, no terceiro trimestre do ano passado, já apresentava sinais de retomada, o que elevará a base de comparação. A outra razão é que, para os economistas do CSFB, não há incentivos claros do governo para manter a expansão econômica no mesmo ritmo dessa primeira metade do ano.

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