Pezão pretende suspender benefícios fiscais da Petrobras
O governador do RJ cogita suspender benefícios fiscais concedidos à Petrobras, que não estaria repassando ao estado participações referentes ao campo de Lula
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 15h01.
Rio de Janeiro - O governo do Rio de Janeiro divulgou hoje (29) nota em que cogita suspender benefícios fiscais concedidos à Petrobras , que não estaria repassando ao estado participações especiais referentes ao campo petrolífero de Lula.
De acordo com o governador, Luiz Fernando Pezão, os repasses são imprescindíveis para Rio de Janeiro. "São fundamentais para a arrecadação do estado.
A empresa recebe benefícios do estado, mas se recusa a reconhecer nossos direitos".
Se a medida for adotada, a Petrobras perderá benefícios fiscais concedidos ao Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj).
Além disso, a empresa ficaria sem a possibilidade de recolher impostos por meio de duas inscrições estaduais, o que, segundo a Secretaria Estadual de Fazenda, reduz o montante pago no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
O governo do Rio informou, ainda, que a arrecadação diminuiu por causa da queda do valor do barril de petróleo. Em 2014, a Petrobras recolheu R$ 400 milhões a menos de ICMS que em 2013.
A empresa ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.
No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.