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Petrobras vai comprar gás natural da Nigéria

Acordo foi assinado com a Nigerian LNG; estatal também negocia contrato com a Oman LNG

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h16.

A Petrobras anunciou, nesta quinta-feira (26/4), a assinatura de um acordo de intenções com a Nigerian LNG para o fornecimento de gás natural liqüefeito (GNL). O documento estabelece as condições de aquisição do combustível, sempre que a companhia brasileira precisar. Os termos não foram revelados pela Petrobras, mas o diretor de Gás e Energia da empresa, Ildo Sauer, afirmou que a principal vantagem do acordo é a sua flexibilidade. "Esta fonte flexível de gás natural pode abastecer metade de nossas termelétricas. É melhor do que pagar pela capacidade de produção em contratos do tipo take or pay. Você passa a ter um custo fixo temporário no período de seca, quando as hidrelétricas são atingidas, em vez de permanente", disse durante encontro com jornalistas em Barcelona, onde o acordo foi selado.

Embora não tenha se referido diretamente à Bolívia, o contrato do tipo take or pay é o que rege o envio de gás boliviano ao país. Nesse modelo, o comprador é obrigado a pagar por toda a cota de combustível contratada, tendo ou não consumido o mesmo. A iniciativa da Petrobras mostra que o país está se movimentando para reduzir a dependência do gás boliviano. Além das divergências sobre o preço do combustível, os bolivianos assustaram recentemente o Brasil com o risco de interrupção do abastecimento. Há duas semanas, habitantes de duas províncias bolivianas, Gran Chaco e O';Connor, invadiram campos de produção de gás natural. Há anos, as duas províncias disputam os 80 milhões de dólares anuais de royalties gerados pelo campo de Margarita, o terceiro maior do país. As invasões foram um modo de pressionar o governo boliviano a se decidir por uma ou outra província. O país chegou a anunciar que seria forçado a reduzir o envio de gás natural ao Brasil de 24,6 milhões de metros cúbicos diários para 24 milhões, o que alarmou os setores industriais que dependem do insumo.

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Também nesta quinta-feira, a Petrobras assinou dois outros acordos em Barcelona - um com a Oman LNG, também para o eventual fornecimento de GNL, e outro com a norueguesa Golar, para fretamento de navios destinados ao transporte de GNL. A Golar será responsável por trazer o gás nigeriano para os terminais do Rio de Janeiro e Ceará. O primeiro navio deve começar a operar em abril de 2008 e o segundo, no primeiro trimestre do ano seguinte. A estatal estuda a possibilidade de fretar uma terceira embarcação. "Quando [os navios] estiverem operando, acrescentarão de 20 a 21 milhões de metros cúbicos diários ao suprimento nacional de gás. Um terceiro navio pode trazer mais 14 milhões de metros cúbicos", disse Sauer.

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